João Rendeiro gastou milhares de euros em viagens antes de ser preso

João Rendeiro passou mais de 350 noites no estrangeiro e gastou 100 mil euros só em dormidas. Fez férias de um mês entre os Estados Unidos e o México.

João Rendeiro fez, nos últimos anos, 40 viagens milionárias: de março de 2011 a fevereiro de 2016, período em que foi investigado e acusado no caso BPP, o antigo banqueiro passou mais de 350 noites no estrangeiro e terá gasto apenas em alojamento perto de 100 mil euros, dá conta o Correio da Manhã. Fez uma autêntica volta ao mundo: foi oito vezes a Nova Iorque, cinco a Miami, quatro a São Paulo e a Istambul, três a Hong Kong e duas ao Dubai. Também esteve em sítios como Veneza, Paris, Londres, Atenas, Hong Kong, Macau, Fortaleza, Nova Deli, Cidade do México. Ficou sempre em hotéis de luxo.
O roteiro das viagens foi revelado nos autos do processo 7447/08, conhecido como inquérito principal do caso BPP. Sempre que viajou para o estrangeiro, comunicou – nos termos da lei – o destino da viagem, as datas, o hotel onde ficaria alojado e os contactos. A análise destes dados permitiu definir o roteiro das viagens de Rendeiro: viajou por Inglaterra, França, Espanha, Itália, Grécia, Rússia, Brasil, entre muitos outros. Em 2013, esteve 34 dias entre os Estados Unidos e o México. Primeiro, passou seis noite em Nova Iorque, tendo depois visitado por quatro noites a Cidade do México. Regressou a Nova Iorque durante as 13 noites seguintes e, finalmente, foi até Miami, um dos destinos de férias mais famosos daquele país norte-americano, onde pernoitou nove noites. Só nesses dias em dormidas gastou cinco mil euros.

O dia a dia de João Rendeiro na perigosa prisão de Westville

João Rendeiro está em prisão preventiva na cadeia de Westville, em Durban, uma das maiores e mais perigosas prisões da África do Sul. O ex-banqueiro do BPP, de 69 anos, está isolado numa cela por questões de segurança. De acordo com o Correio da Manhã, as rotinas de João Rendeiro passam por tomar o pequeno-almoço, passar tempo ao ar livre, ler na biblioteca da prisão, tomar banho e lavar a roupa que usa na cela. No que diz respeito à comida, Rendeiro come pão, papas de aveias e bebe chá. Em certos dias consegue comer um pequeno corte de carne.

Almoçava e jantava fora diariamente

Recorde-se que João Rendeiro vivia uma vida de luxo durante os três meses em que fugiu à autoridades. Hospedado no Forest Manor Guesthouse, uma fortaleza luxuosa, segura e tecnológica, o ex-banqueiro almoçava e jantava fora diariamente e ia muitas vezes à praia. A moradia, em Umhlanga Rocks, no norte de Durban, tem sete quartos, todos com decoração distinta e inspirados em árvores. Rendeiro ocupou durante três semanas o Forest Mahogany. O quarto tem vista para a piscina, uma cama grande, televisão, cofre, casa de banho com duche e banheira, toucador, armário e sofá.

Abandonado pela mulher na África do Sul

João Rendeiro está preso há quase um mês numa cadeia sul-africana e até agora não teve qualquer contacto telefónico com a mulher, Maria de Jesus Rendeiro. O ex-banqueiro tem direito a fazer chamadas telefónicas a partir da prisão, mas o único contacto que tem tido é com a advogada, June Marks, avança o Correio da Manhã. Desde que lhe foi recusada a liberdade sob fiança, em 17 de dezembro, que Rendeiro nunca mais saiu da prisão. Passou o Natal e o Ano Novo na cadeia, sem visitas da advogada ou notícias da família. Não tem filhos e a mulher era o principal apoio em Portugal.

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Mulher de Rendeiro denunciou-o

Contactada pelo mesmo jornal, a advogada June Marks confirmou que o visita com alguma regularidade e que “ele parece bem”. Maria de Jesus Rendeiro encontra-se em prisão domiciliária na mansão do casal na Quinta Patino, em Cascais. A mulher de João Rendeiro é suspeita de crimes ligados às obras de arte do antigo presidente do BPP. Quando foi detida e interrogada, denunciou-o às autoridades. Sob forte pressão e após várias horas de interrogatório, revelou que o marido estava escondido na África do Sul e mantinha contacto com ele através de canais de comunicação encriptados.

A pista dada ao Ministério Público consolidou a investigação que estava em curso para a captura do foragido. Nessa altura, Maria de Jesus, que ficou para trás quando o marido fugiu, não forneceu mais detalhes – nem cidade e muito menos a morada exata. Em tribunal, Rendeiro assumiu que o objetivo é que a mulher também se mudasse para aquele país africano a breve trecho.

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