Adut Akech, o novo ícone das passarelas que nasceu num campo de refugiados da ONU

Grandes marcas têm apostado em mudanças nos padrões de beleza e em mensagens políticas. Adut Akech, refugiada do Sudão, insere-se nesse leque.

«A minha pele é muito escura. Inclusive para os parâmetros de outras pessoas negras. Agora que estou a viver em Nova Iorque, param-me na rua. Sobretudo os negros. E dizem-me que gostariam de que a pele deles fosse como a minha. É como o chocolate mais puro.» A descrição é feita pela modelo Adut Akech, refugiada do Sudão que tem sido escolhida por grandes marcas para desfiles e campanhas. Foi o caso da Chanel que a escolheu para abrir um desfile de lançamento de coleção. Adut chegou mesmo a ser escoltada pelo próprio Karl Lagerfeld, um dos génios criativos da Casa Chanel, que morreu recentemente.

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Refugiada Adut passou por vários campos da ONU até ser descoberta

A presença nos maiores eventos de Moda da primavera e da próxima temporada confirma que Akech já está na lista exclusiva. Marcas como Loewe, Givenchy, Valentino e Miu Miu são algumas para as quais desfilou. Seguiram-se Versace, Prada, Calvin Klein e Giambattista Valli, que confiaram nela para lançar as coleções do próximo inverno. A campanha de verão da Zara também conta com a jovem modelo. Adut nasceu em Kakuma (na fronteira entre o Quénia e o Uganda), um campo que abriga 187 mil refugiados da guerra civil do Sudão. Antes de ter sucesso na passarela, passou por vários campos da ONU até que chegou a Adelaide (na Austrália). Era a única de cinco irmãos que podia ir à escola, privilégio proibido no campo de refugiados em que vivia.

Moda cada vez mais ávida por rostos que rompam com o padrão

«Aproveitávamos a luz do dia para estudar, já que de noite só tínhamos uma lâmpada a óleo», contou em entrevista à revista Vogue Itália. Akech viu a sorte mudar quando um caçador de talentos a encontrou e a colocou nas passarelas. A estreia foi em Saint Laurent, no desfile primavera-verão 2017. Desde então, não parou mais. Foi o exótico tom da pele que a ajudou a convencer uma indústria da Moda cada vez mais ávida por rostos que rompam com o padrão clássico.

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