Mineiros a 50 centímetros de introduzir micro câmara para comprovar que Julen está mesmo ali

Os mineiros já escavaram 2,5 metros dos 3,8 metros previstos da galeria de acesso ao local onde está Julen. As operações de resgate estão a entrar na reta final.

Os mineiros que trabalham no plano de resgate do pequeno Julen que caiu num poço em Málaga no passado dia 13 acreditam estar a minutos  de atingir um metro de distância e introduzir uma micro câmara a fim de averiguar se Julen se encontra mesmo ali, avança o La Vanguardia.

Já procederam a três microdetonações no túnel onde trabalham os mineiros e estes  acreditam não necessitar de uma quarta. Ainda assim, se o fizerem, garantem que não há riscos de desabamentos.

As operações de resgate de Julen estão a entrar na fase final. Ao 12.º dia de trabalhos, os oito mineiros escavam os últimos metros que os separam da criança. Apesar de todos os contratempos das operações, os pais da criança dizem manter a esperança e acreditam que «um milagre é possível».

As características do terreno foram, desde o início, um entrave nas operações. A tipologia do terreno dificultou a perfuração de um túnel vertical paralelo ao poço onde Julen caiu.

Os técnicos tiveram que passar a trabalhar diretamente no tubo e a escavar manualmente uma galeria vertical.

LEIA MAIS: Resgate na reta final. Mineiros estão a pouco mais de 1 metro de chegar a Julen

Segundo o ‘El Mundo’, a Guardia Civil realizou micro explosões na galeria. Os mineiros já escavaram 2,5 dos 3,8 metros previstos para chegar até Julen.

Trata-se de uma operação muito complexa e trabalhosa uma vez que os mineiros têm de subir e descer dois a dois, numa cápsula própria, pelo túnel aberto com maquinaria pesada. Cada equipa de dois mineiros trabalha 40 minutos, no máximo. Levam consigo uma pá, um pequeno machado e um martelo pneumático.

Mais de 300 pessoas estão envolvidas no resgate de Julen. Desde mineiros, bombeiros, elementos da Guardia Civil, operários e voluntários da Proteção Civil. Todos têm trabalhado sem parar, desde a queda de Julen, no dia 13 de janeiro.

Até agora, foram escavados 40.000 metros cúbicos de terra e os 82.000 metros cúbicos foram removidos.

Os 8 mineiros que estão debaixo da terra a arriscar a vida para resgatar Julen

Sergio Tuñón, Antonio Ortega, Maudilio Suárez, Lázaro Alves Gutiérrez, José Antonio Huerta, Jesús Fernández Prado, Rubén García Ares e Adrián Villaroel estão a descer aos pares numa cápsula metálica, inserida num túnel construído nos últimos dias paralelo ao poço, e estão a escavar uma galeria na horizontal com as próprias mãos de cerca de quatro metros até chegarem ao local onde as autoridades acreditam que o menor está, avança o El País.

Segundo o coordenador da operação Ángel García Vidal, os mineiros deverão cumprir a missão nas próximas 24 horas. «São os melhores e grandes especialistas», garante ainda o responsável.

Cada especialista vai para debaixo da terra com equipamento de oxigénio.

Um dos mineiros da equipa de resgate é filho de português

Lázaro Alves Gutiérrez é um dos mineiros que integra a equipa de resgate de Julen. É filho de um português, e decidiu ingressar a Brigada de Salvamento, depois da morte do pai Eduardo Augusto Alves.

A 31 de agosto de 1995, o português, natural de Bragança, desceu a 400 metros de profundidade, como era normal no seu trabalho. Já passava das três da manhã, quando ocorreu uma explosão provocada por uma mistura de gás de metano e ar. Aquela que ficou conhecida como a ‘Noite Negra’ ou ‘A tragédia de Nicolasa’ provocou a morte de Eduardo e outros 13 mineiros.

Este acidente foi considerado a maior tragédia mineira das Astúrias da última metade do século XX.

Lázaro acabou por escolher um futuro semelhante ao do pai e hoje é um dos mineiros que escava a galeria de acesso ao local onde caiu Julen.

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