Livre quer tornar leal e transparente a relação entre público e privado na saúde

O deputado do Livre Rui Tavares defendeu hoje, em Leiria, a necessidade de tornar leal e transparente a relação entre o setor público de saúde e o privado, evitando a concorrência desleal, que considera que existe.

Livre quer tornar leal e transparente a relação entre público e privado na saúde

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Afirmando que há problemas estruturais na saúde que ainda vão demorar a resolver e que são relacionados com o envelhecimento da população e com a escassez de profissionais de saúde, Rui Tavares defendeu um plano rápido, apelidado de “contrato com a saúde, que deve estar comunicado nos primeiros 100 dias de uma próxima governação, havendo uma maioria progressista e ecologista” como o Livre deseja.

Para o único deputado do Livre, é preciso que haja “mais transparência, mais clareza” dos setores público e privado, e que “esta paz social se conquiste muito rapidamente ainda no ano de 2024 para que o diálogo possa ser feito”, para pôr fim à situação de crise que a saúde enfrenta, “onde todos ralham e, provavelmente, terão todos o seu bocadinho de razão, mas ninguém tem toda a razão.”

“Temos de ter harmonia social e laboral dentro do Serviço Nacional de Saúde [SNS], mas também temos de tornar leal a relação entre o público e o privado. Neste momento, há uma situação de concorrência desleal. Sabemos tudo acerca do público, de bom e de mau, e não sabemos praticamente nada acerca do privado”, constatou, após uma reunião com o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, Licínio de Carvalho.

Segundo Rui Tavares, o setor “privado pode usar essa opacidade para com essa concorrência desleal com o público, a certa altura dar cabo do público, e depois é pior para toda a gente”.

Por isso, é necessária uma “informação simétrica e transparente para ambos os lados, porque sem essa simetria de informação não pode haver uma concorrência leal”.

O fundador do Livre acrescentou que o setor público da saúde “não sabe até onde pode acompanhar as ofertas salariais, mas a prazo isto é pior para toda a gente incluindo para os profissionais”.

“A partir do momento em que não houver público, ou que não dê resposta ou se tiver sido privatizado, depois os proprietários das empresas privadas de saúde vão deprimir esses salários imediatamente. Diminuir o que para eles, nessa altura, será custo”, alertou.

Na reunião que teve em Leiria, Rui Tavares afirmou que teve a confirmação “que se as pessoas tiverem casas onde vivam com mais conforto térmico, isso significa menos pressão sobre o SNS, menos picos no inverno”.

“Daí o nosso programa Casa, Conforto e Clima, que parece pouco a ter com a saúde, mas 70 mil famílias já puderam fazer obras em casa. Temos é de chegar a muito mais gente porque isso retira pressão sobre o SNS”, disse.

Rui Tavares afirmou que a reunião de hoje teve como objetivo perceber como está a funcionar a transição para o modelo da ULSRL. “Há promessas de haver mais flexibilidade que permita por exemplo à ULS, que serve 400 mil pessoas, poder contratar profissionais de saúde. São promessas que não estão cumpridas, porque temos um governo em gestão”, referiu.

O deputado apontou ainda a necessidade de aplicar parte do ‘superavit’ das contas do Governo nas crises que estão identificadas: saúde, educação e habitação.

“Parte desse ‘superavit’ vai pagar a dívida, e muito bem, porque se poupa nos juros. Mas se for só para a dívida, deixamos um país insustentável, que depois nos vai dar outras dívidas mais sérias para o futuro. Outra parte tem de ir para investimento público e outra para a emergência social que estamos a viver”, sugeriu.

EYC // SF

By Impala News / Lusa

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