Mulher perde parte do nariz após cirurgia estética: «Tenho vergonha»

Elielma necessita de usar um alargador nas narinas para conseguir respirar. Sem esse acessório, uma das narinas fecha-se.

Elielma Carvalho Braga teve parte do nariz com necrose e ficou com evidentes sequelas após um procedimento estético realizado por um dentista, em junho de 2020. A mulher, de 37 anos, fez uma rinoplastia para afinar o nariz e explica que, após perder parte da pele, fez mais de dez cirurgias que a deixaram com múltiplas e visíveis cicatrizes. “Tenho vergonha porque fiz uma coisa para melhorar e o médico faz isto. Destruiu a minha autoestima. Choro porque não é fácil o que estou a passar”, descreveu.

Conselho Federal de Odontologia é claro sobre a possibilidade de um dentista fazer cirurgias no nariz: rinoplastias estão expressamente proibidas. O dentista Igor Nascimento disse que o problema não foi consequência da cirurgia, mas sim uma síndrome desenvolvida após uso de medicamentos. Garantiu ainda que prestou todo o apoio possível à paciente. Elielma explicou que pesquisou sobre este procedimento estético que consiste na redução das narinas e viu que Igor fazia vários procedimentos estéticos. Avançou para a compra e pagou por um pacote que incluía várias de cirurgias estéticas com o profissional.

Inicialmente, acreditou que o procedimento tinha corrido de acordo com o planeado. No entanto, nos dias seguintes, começou a sentir fortes dores e mudanças no rosto. Elielma entrou em contato com o dentista, que lhe deu algumas orientações. Quando a situação piorou, dirigiu-se até ao consultório e foram até uma unidade de saúde para que recebesse o atendimento necessário. “O meu rosto começou a queimar. No dia seguinte ficou cheio de bolhas, como se fossem queimaduras”, disse. Sem plano de saúde, deslocou-se a várias unidades de saúde pública para encontrar um cirurgião plástico que a tratasse de forma gratuita.

Elielma precisa de usar alargador nas narinas para respirar

Desde então, foi sujeita a 14 cirurgias, incluindo enxerto de pele e gordura, além de reconstrução de uma das narinas. Atualmente, Elielma necessita de usar um alargador nas narinas para conseguir respirar. Sem esse acessório, uma das narinas fecha-se. Não obstante, serão necessárias ainda mais cirurgias para melhorar as lesões. “É tanta operação que eu até tenho trauma. Uma das cirurgias para dilatar o nariz foi feita sem anestesia e eu gritava de dor”, recordou. Diante de tanto sofrimento e com as sequelas, afastou-se das pessoas, usa sempre máscara e optou por manter para si o calvário que tem vivido nos últimos anos. Recentemente formou-se como esteticista, mas acabou por desistir de trabalhar na área. “Fiquei com medo de errar e causar sofrimento na pessoa, tal como aconteceu comigo”, desabafou.

Dá conta de que resolveu processar o dentista por danos morais, materiais e estéticos, numa soma que ascende aos sete mil euros. A defesa do dentista diz que não houve incompetência ou falta de cuidado durante a cirurgia e garante que foram tomados todos os cuidados. Acusa a paciente de negligência após o procedimento estético. Ao g1, o dentista Igor Nascimento explicou a paciente desenvolveu Síndrome de Nicolau, “uma complicação rara caracterizada por necrose dos tecidos que ocorre após a injeção de medicamentos”.

Além disso, afirma que deu total suporte e apoio nos tratamentos feitos por Elielma depois da rinoplastia. “Sensibilizei-me bastante com o problema dela. Paguei pelos medicamentos e tratamentos posteriores com outros colegas. Nunca a deixei desamparada em termos financeiros e acompanhei de perto o tratamento posterior ao ocorrido. Infelizmente, nós, profissionais da área, estamos sujeitos a mudanças que não são da nossa vontade”, disse.

 Fotos: Reprodução/Arquivo pessoal

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