Sri Lanka. Bombistas eram licenciados e de classe média

As autoridades identificaram oito suspeitos dos nove bombistas responsáveis pelos ataques no Sri Lanka. Entre estes está um jovem licenciado e uma mulher.

Sri Lanka. Bombistas eram licenciados e de classe média

As autoridades já identificaram oito dos nove bombistas alegadamente responsáveis pelos ataques do domingo de páscoa no Sri Lanka e que já provocaram 359 mortos e mais de 500 feridos.

Todos os suspeitos identificados eram licenciados e provenientes de família de classe média-alta. Entre os suspeitos está um jovem que estudou no Reino Unido e na Austrália e uma mulher. «Acreditamos que um dos homens-bomba estudou no Reino Unido e depois fez uma pós-graduação na Austrália antes de se estabelecer no Sri Lanka», disse o ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, citado pelo Guardian.

«Este grupo de homens-bomba é bem-educado e é oriundo da classe média ou média-alta, são financeiramente independentes e as suas famílias são também bastante estáveis ​​financeiramente, o que é um fator preocupante», afirmou o ministro. «Alguns deles – julgo – estudaram em vários países, são licenciados – em Direito – são pessoas instruídas.»

Os atacantes eram membros dissidentes de grupos muçulmanos extremistas obscuros, segundo Wijewardene. As autoridades já haviam responsabilizado um grupo extremista local pelos atentados, o National Thowfeek Jama’ath. «O pensamento deles era que o Islão deveria ser a única religião neste país», disse o ministro da Defesa, aos jornalistas.

Governo ignorou alertas

Um porta-voz do Governo do Sri Lanka afirmou esta segunda-feira, 22 de abril, em conferência de imprensa, que as autoridades terão sido avisadas sobre os atentados de domingo, 21 de abril, duas semanas antes de acontecerem, e que já existia uma lista com os nomes dos suspeitos.

A embaixadora dos Estados Unidos, Alaina Teplitz, afirmou aos jornalistas que «claramente houve alguma falha no sistema» de segurança, mas acrescentou que o seu país não tinha conhecimento prévio de uma ameaça antes dos atentados.

As autoridades do Sri Lanka reconheceram que algumas das unidades de segurança do país estavam cientes de possíveis ataques antes dos atentados da Páscoa, mas não compartilhou esses alertas amplamente.

Teplitz classificou esse erro de comunicação como «incrivelmente trágico». O porta-voz da polícia, Ruwan Gunasekara, disse que foram detidos mais 18 suspeitos de ligação aos atentados, elevando o total para 58.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, alertou na terça-feira que vários suspeitos armados com explosivos ainda se encontravam em fuga. O Governo sustentou que os ataques foram realizados por fundamentalistas islâmicos em aparente retaliação ao massacre nas mesquitas da Nova Zelândia em março, mas disse que os sete bombistas suicidas eram todos do Sri Lanka.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou também na terça-feira a autoria dos atentados contra igrejas e hotéis de luxo. Um português residente em Viseu está entre as vítimas mortais das oito explosões de domingo.

A capital do país, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país.

A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda. As primeiras seis explosões ocorreram «quase em simultâneo», pelas 08:45 de domingo (04:15 em Lisboa).

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