Viúva de português morto no Sri Lanka já regressou a Portugal

As oito explosões de domingo mataram, pelo menos, 290 pessoas, entre as quais o português, recém-casado, residente em Viseu, e provocaram 500 feridos.

A cidadã portuguesa que perdeu o marido na sequência dos atentados ocorridos no domingo no Sri Lanka, já regressou a Portugal, confirmou à Lusa fonte da secretaria de Estado das Comunidades.

«O Estado português prestou apoio consular à cidadã através da ação da cônsul honorária de Portugal em Colombo e da embaixada em Nova Deli. Apoiou também o seu regresso a Portugal e na ocasião da sua chegada ao país», adiantou a mesma fonte.

O processo de trasladação do corpo do marido, que morreu numa explosão no hotel Kingsbury onde o casal estava alojado, em Colombo, «está a ser acompanhado pelo Estado português, em diálogo com a família».

Rui Lucas estava de lua-de-mel com a mulher quando se deram várias explosões em hotéis e igrejas na capital do Sri Lanka, Colombo. Para além de o português, de 30 anos, os ataques terroristas levados a cabo pelo grupo islâmico National Thowheeth Jama’ath mataram pelo menos 290 pessoas e feriram mais de 500, segundo o último balanço divulgado pelas autoridades. Rui Lucas, até ao momento, foi a única vítima mortal de nacionalidade portuguesa. Sílvia Ramos, a mulher do português, sobreviveu.

O casal tinha-se casado no passado sábado. Rui Lucas era natural de Viseu e trabalhava numa empresa de Vouzela.

«Era uma pessoa com um coração enorme, um grande amigo»

«Era uma pessoa com um coração enorme, um grande amigo», afirmou Augusto Teixeira sobre Rui Lucas, que desde 2013 era seu colaborador na T&T Multielétrica, empresa que presta serviços nas áreas das energias renováveis, domótica e segurança, eletricidade e climatização.

«Ia passar a lua-de-mel para um sítio calmo, com uma cultura completamente diferente…», contou Augusto Teixeira.

Consternado com a notícia da morte do amigo, o empresário disse que é um «momento particularmente difícil» para os cerca de 30 colaboradores da empresa onde Rui Lucas trabalhava, em Crasto de Campia, a cerca de 40 quilómetros de Viseu, cidade onde a vítima mortal dos ataques residia.«Ele gostava de desportos de natureza, mas acho que não foi por isso que escolheu o Sri Lanka. Ia passar a lua-de-mel para um sítio calmo, com uma cultura completamente diferente. Gostava de viajar, viajava muito nas férias», afirmou.

Pelo menos 24 pessoas relacionadas com os ataques foram já detidas.

Segundo a secretaria de Estado das Comunidades, 35 portugueses contactaram os serviços consulares nacionais após os atentados ocorridos no domingo, no Sri Lanka, para dizerem que estão bem e transmitir informações sobre a sua intenção de regressar a Portugal ou permanecer no país asiático.

Os pedidos de ajuda estão a ser recebidos maioritariamente pelo Gabinete de Emergência Consular (em Lisboa) e os cidadãos «têm sido informados dos procedimentos que devem ter em conta», incluindo a consulta ao Portal das Comunidades, onde constam recomendação para os viajantes.

O aeroporto de Colombo, a capital do Sri Lanka, está em funcionamento pelo que é possível sair do país. A cidade de Colombo foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis de luxo e uma igreja. Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital e onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país.

A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda. As primeiras seis explosões ocorreram «quase em simultâneo», pelas 08:45 de domingo (03:15 em Portugal), de acordo com fontes policiais citadas por agências internacionais.

Pelo menos 24 pessoas relacionadas com os ataques foram já detidas.

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