Cadeias de Tires e Linhó vão ter telefones nas celas dos reclusos

Rómulo Mateus, diretor-geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais, anuncia projeto-piloto de instação de telefones em algumas cadeias portuguesas. As chamadas serão pagas pelos reclusos.

Cadeias de Tires e Linhó vão ter telefones nas celas dos reclusos

Os serviços prisionais vão avançar com um projeto-piloto de instalação de telefones nas celas dos reclusos nas cadeias de Tires e do Linhó, segundo revelou, o diretor-geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais, Rómulo Mateus. O responsável, que participou no XV Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, disse que “estão a ser instaladas as cablagens” naqueles dois estabelecimentos prisionais, que virão a permitir, em breve, o início do projeto-piloto.

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“Espero que depois de alguns meses possa dizer à tutela que funcionou”, afirmou, para que o projeto avance para a generalidade das cadeias nacionais. Segundo Rómulo Mateus, “a tutela está empenhada” no processo, embora admita haver necessidade de alteração legislativa para a introdução definitiva do projeto.

“O modelo de contactos que há hoje, de uma chamada por dia por recluso, de cinco minutos, está ultrapassado e potencia o tráfico de telemóveis”, disse o diretor-geral aos jornalistas, observando que “os reclusos queixam-se de que uma chamada não permite falar com os vários membros da família”, por exemplo.

Portugal segue o exemplo de França

Outros países, como a França, “avançaram com os telefones nas celas e verificou-se que a tensão entre reclusos e guardas prisionais caiu, o tráfico de telemóveis caiu e a taxa de suicídios baixou”, acrescentou. Rómulo Mateus adiantou que, após o período do projeto-piloto, a instalação dos telefones será alvo de um concurso público internacional e que as chamadas serão integralmente pagas pelos reclusos.

Questionado sobre a possibilidade de os telefones serem usados para atividades ilícitas por parte da população prisional, o diretor-geral foi perentório: “95% dos reclusos querem os telefones para falar com a família”. Na sua intervenção perante dezenas de visitadores de cadeias, Rómulo Mateus admitiu que está “a tentar romper com o paradigma atual”, situação que provoca o “receio dos políticos”.

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