Ucrânia: Vaticano disponível para ajudar nas negociações

O Vaticano está disposto a ajudar nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, segundo o secretário de Estado e chefe da diplomacia vaticana, Pietro Parolin.

Ucrânia: Vaticano disponível para ajudar nas negociações

O Vaticano está disposto a ajudar nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, segundo o secretário de Estado e chefe da diplomacia vaticana, Pietro Parolin, numa entrevista publicada hoje em vários jornais italianos. “A Santa Sé, que nos últimos anos tem acompanhado de forma constante, discreta e com grande atenção os acontecimentos na Ucrânia, oferecendo sua disponibilidade para facilitar o diálogo com a Rússia, está sempre pronta para ajudar as partes a retomar este caminho”, disse Parolin. As negociações entre a Rússia e a Ucrânia na fronteira ucraniano-bielorrussa começam hoje na manhã. De acordo com fontes de ambos os países citadas pelos media russos e ucranianos.

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O “numero dois” do Vaticano mostrou-se “convencido de que há sempre espaço para a negociação”. “Nunca é demasiado tarde. Porque a única forma razoável e construtiva de dirimir as diferenças é através do diálogo, como não se cansa de repetir o Papa”, afirmou. Perante o perigo de o conflito se espalhar ao resto da Europa, Parolin alertou que “seria uma catástrofe de proporções gigantescas”. Acrescentando que, “infelizmente, não é uma eventualidade que possa ser completamente descartada”. Para o Vaticano, é preciso “evitar qualquer escalada, parar a guerra e negociar”. “Mesmo o eventual retorno a uma nova guerra fria com dois blocos opostos é um cenário verdadeiramente perturbador”, disse.

Papa Francisco diz que “os que fazem a guerra esquecem a humanidade”

O Papa Francisco foi à embaixada russa na sexta-feira (25), num gesto sem precedentes para expressar a sua preocupação com o conflito. E pedir “que os combates cessem e que as negociações sejam retomadas”, explicou o secretário de Estado do Vaticano. No domingo (27), durante a oração do Angelus, o pontífice afirmou que “os que fazem a guerra esquecem a humanidade”. Porque “as pessoas comuns são as verdadeiras vítimas, aquelas que pagam com a própria pele as loucuras da guerra”. Pediu ainda a abertura de corredores humanitários para os ucranianos, “que devem ser acolhidos”.

A Rússia lançou na quinta-feira (24) de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia. Com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades. Que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho. E que era a única maneira de a Rússia se defender. Precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional. E a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo

 

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