Novo “modus operandi” dos rebeldes exige fortes medidas de segurança em Moçambique

O Presidente moçambicano admitiu hoje que o “modus operandi” dos grupos extremista que têm protagonizado ataques em Cabo Delgado está a exigir fortes medidas de segurança nos últimos dias.

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“O `modus operandi´ dos terroristas nos últimos dias tem exigido fortes medidas de vigilância”, declarou o chefe de Estado moçambicano, durante a cerimónia de cumprimentos ao corpo diplomático acreditado no país por ocasião do Ano Novo de 2024, no Palácio da Ponta Vermelha, em Maputo.

Em causa estão novos ataques e movimentações registados após um período de relativa estabilidade em Cabo Delgado, episódios que, para autoridades locais, estão ligados à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados.

Para Filipe Nyusi, apesar dos novos episódios, a situação está sob controlo, estando as autoridades a criar condições para o regresso das populações nas áreas mais afetadas pelas incursões.

“Temos logrado estabilizar a segurança e repor a autoridade do Estado, o que tem permitido o regresso voluntário das populações às suas zonas de origem. Tem sido também notória a normalização da vida das populações e a dinamização da vida social em todos os domínios”, declarou Nyusi, destacando esforços das forças moçambicanas, em coordenação com os militares do Ruanda e de países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), nas operações militares em Cabo Delgado.

A movimentação dos grupos terroristas nos últimos dias também foi observada no distrito de Quissanga, perto dos campos de produção agrícola junto ao distrito de Metuge, criando pânico e levando as populações a abandonarem as atividades.

Líderes locais e populares admitem que a movimentação dos terroristas esteja ligada à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe.

A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

 

EAC // MLL

By Impala News / Lusa

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