Francisco Pelle, o mafioso italiano paraplégico e um dos mais perigosos e procurados de Itália, continua internado com covid-19 no Hospital São José. O estado de saúde piorou e passou a ser considerado como “muito grave“. Chegou a estar em coma induzido e corre perigo de vida.

O anúncio, em Itália, da captura do mafioso apanhou Portugal de surpresa. A intenção da PJ seria “manter reserva” sobre o caso. Essa discrição visava a segurança tanto de Pelle como o pessoal do hospital em questão.

É que o homem, condenado a uma pena perpétua após décadas de crime, guerras de clãs, homicídios e massacres, pode ser alvo fácil dos rivais. Ou por outro lado, pode dar-se ainda a possibilidade de tentativa de resgate por parte de membros do seu clã.

Por culpa da indiscrição italiana, a ala covid-19 encontra-se guardada por dezenas de elementos da PJ e da Unidade Especial da PSP. O aparato, fora do comum, em especial no interior do hospital, não passa despercebido.

Se sobreviver, o homem de 44 anos será presente ao Tribunal da Relação para dar início à extradição para Itália. Se ficar em preventiva, deverá ser encaminhado para o hospital-prisão de Monsanto.

Atingido com na coluna e ficou paraplégico

De acordo com os relatos em Itália, Pelle foi, em 2005, atingido a tiro na coluna quando segurava o filho recém-nascido. Ficou paraplégico. Jurou vingança e instigou o ataque de Natal ao rival Giovanni Nirta, matando a mulher deste e dando visibilidade à ‘Vendetta [vingança] de San Luca’ entre os dois clãs.

Até agosto de 2007, cinco outros homicídios foram atribuídos a esta guerra de famílias. E no dia 15 desse mês, seis membros do clã de Pelle foram mortos a tiro em Duisburg, Alemanha, onde se tinham refugiado.

Seguiram-se uma série de detenções, forçando as chefias da Ndrangheta a impor um cessar fogo no santuário de Nossa Senhora de Polsi, onde tinham as suas ‘crimini’ (reuniões anuais).

Não é a primeira vez que Pelle é detido num hospital. Em setembro de 2008, polícias disfarçados de médicos infiltraram-se no hospital de Pavia onde ele fazia fisioterapia, à conta do Estado, com nome falso.

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