Com apenas 10 anos, começaram a sentir tristeza por estarem «no corpo errado». Aos 21, tomaram a decisão de mudarem de sexo e de submeterem-se a tratamentos hormonais. Fabian e Ángel Griffin, gémeas, deixaram as características femininas para se transformarem por completo. Ao longo de todo o processo, contaram com o apoio da família. Quando eram ainda mulheres, Ángel tentou ter uma relação com um rapaz, na escola secundária, mas não funcionou. Foi aí que percebeu que o problema era não se sentir «uma mulher de verdade». «Não me sentia bem no meu corpo e não conseguia ter intimidade com ninguém. Mas ainda assim tentei», conta uma das gémeas. No decorrer dessa curta relação, porém, Ángel engravidou. «Namorava há três meses e fui apanhado de surpresa, mas foi assim que nasceu o meu filho Carlos», recorda.

Quando ainda eram gémeas, chegaram a julgar que fossem homossexuais

Depois de ter sido mãe, alistou-se no exército e foi em missão para o Iraque. «Nesse período, sentia-me cada vez mais infeliz. Liguei ao meu irmão e contei-lhe que tinha decidido mudar de sexo. A resposta que me deu apanhou-me de surpresa. Disse-me que já o estava a fazer.» Ambos disseram saber que enfrentariam dificuldades por serem «negros nos Estados Unidos e ainda por cima transexuais», mas não desistiram. Os gémeos comunicaram a decisão à mãe, que rapidamente mostrou apoio total. «Sentimo-nos aliviados e muito felizes. Nunca pensámos que iria aceitar tão bem a nossa decisão», recordam. Atraídos por mulheres desde tenra idade, chegaram a pensar que eram homossexuais. Só na entrada para a vida adulta perceberam que se tratava de outra condição. Viajaram para Las Vegas e deram início à mudança impressionante de sexo. Ambos querem fazer carreira na indústria musical e esperam «abrir portas a outros artistas transgénero negros e romper com estereótipos».

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