Raparigas fazem menos exercício físico do que os rapazes

O documento conclui que as raparigas são menos ativas do que os rapazes em todos os países com exceção de quatro: Tonga, Samoa, Afeganistão e Zâmbia.

Raparigas fazem menos exercício físico do que os rapazes

Mais de 80% dos adolescentes entre os 11 e os 17 anos não cumprem as recomendações atuais de pelo menos uma hora diária de exercício físico, o que coloca em risco a sua saúde, revela um estudo divulgado em novembro deste ano.

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1,6 milhões de estudantes de 146 países examinados durante 15 anos

O estudo, realizado por investigadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi publicado na revista The Lancet Child & Adolescent Health e baseia-se em dados relatados por 1,6 milhões de estudantes de 146 países examinados entre 2001 e 2016, com idades compreendidas entre os 11 a 17 anos. O documento conclui que as raparigas são menos ativas do que os rapazes em todos os países com exceção de quatro: Tonga, Samoa, Afeganistão e Zâmbia.

Portugal | Mulheres registam menor atividade física do que os homens

Portugal regista uma percentagem de exercício físico insuficiente, de 84,2% (em adolescentes de ambos os sexos), ocupando o 74.º lugar da tabela de classificação dos 146 países avaliados pela OMS entre 2001 e 2016. E mantém a tendência global, segundo os dados observados em 2016, de as raparigas registarem menor atividade física (90,7%), ocupando a 125.° posição da tabela entre os 146 países avaliados. No caso dos rapazes, os números são melhores (78,1%), ocupando a 55.ª posição no ranking.

Tendência no mundo mantém-se. «São necessárias ações para aumentar a atividade física, particularmente nas raparigas»

O estudo destaca que a prevalência de atividade física (registada entre 2001 e 2016) diminuiu ligeiramente nos rapazes (de 80% para 78%), enquanto que nas raparigas não se registaram mudanças ao longo do tempo (permanecendo em torno de 85%). «São necessárias ações políticas urgentes para aumentar a atividade física, particularmente no que toca às raparigas, motivando-as para uma prática regular e encorajando as que já exercem uma atividade regular a continuarem nessa via», afirma a coautora do estudo Regina Guthold, da OMS.

Raparigas na Índia são as que praticam mais exercício físico

No que diz respeito às raparigas, os níveis mais baixos de atividade física insuficiente foram observados no Bangladesh e na Índia, países onde, segundo a investigação, os dados podem ser potencialmente explicados por fatores sociais, como o aumento das tarefas domésticas.

Homens do Bangladesh, Índia e EUA são os que praticam mais desporto

No caso dos rapazes, os números mais baixos foram registados no Bangladesh, na Índia e nos EUA, sendo que nos dois primeiros países os dados podem ser explicados pelo forte foco em desportos nacionais, como o críquete. No caso dos EUA, a percentagem pode justificar-se com a boa qualidade de educação física nas escolas, pela forte cobertura mediática ligada ao desporto e uma acessibilidade fácil a clubes desportivos (de hóquei no gelo, futebol americano, basquetebol ou basebol).

Atividade física melhora o desenvolvimento cognitivo e socialização dos adolescentes

A OMS recomenda que os adolescentes pratiquem uma atividade física moderada a intensa durante pelo menos uma hora por dia, salientando que os efeitos da atividade física sobre a saúde são determinantes, nomeadamente no que toca ao desempenho cardiorrespiratório e muscular, assim como para o desenvolvimento cognitivo e socialização dos adolescentes.

Os autores deste estudo apontam para a importância de os governos tomarem medidas para identificarem as causas, de forma a combaterem as desigualdades sociais, económicas, culturais, tecnológicas e ambientais que possam perpetuar as diferenças entre rapazes e raparigas.

Para Fiona Bull, da OMS, «essas políticas devem apoiar o desenvolvimento de todas as formas de atividade física, incluindo educação física, brincadeiras e atividades recreativas, além de proporcionar ambientes seguros para que os jovens possam caminhar e andar de bicicleta». Os autores concluem que se estas tendências se mantiverem, o objetivo acordado na Assembleia Mundial da Saúde de 2018 não será alcançado, que é o de chegar a uma percentagem inferior a 70% de inatividade física até 2030.

Lusa

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