Charles Cullen, o enfermeiro que terá matado 400 pacientes

Charles Cullen era descrito pelos colegas como um profissional de mão cheia e alguém muito bondoso. No entanto, o enfermeiro escondia um lado profundamente obscuro.

Charles Cullen, o enfermeiro que terá matado 400 pacientes

Charles Cullen nasceu em 22 de fevereiro de 1960 em West Orange, Nova Jersey, no seio de uma família pobre. A juventude foi marcada pela morte prematura do pai e, pouco tempo depois, também perdeu a mãe. Assim que atingiu a maioridade e tendo em conta o caos em que estava a sua vida, decidiu alistar-se na Marinha norte-americana. Entre diversas tentativas de suicídio, Charles tinha um comportamento introvertido e perturbador, revelaram os colegas.

Em 1984, após ser apanhado a tentar o suicídio, recebeu alta médica e foi libertado da Marinha. No mesmo ano, Charles matriculou-se na Escola de Enfermagem de Montclair, mudando radicalmente o rumo da sua vida. Para suportar o custos dos estudos, decidiu trabalhar na área de restauração nas clínicas da região. Em 1987 formou-se, casou-se com Adrianne Baum e foi eleito presidente da turma, fruto do seu excelente desempenho escolar ao longo do curso.

Foi quando começou a trabalhar em hospitais que o instinto homicida surgiu. O assassino em série, que ficaria conhecido como o Anjo da Morte, assassinou dezenas (ou mesmo centenas) pacientes ao longo de 16 anos, principalmente nos estados de Nova Jersey e Pensilvânia. Charles atuava nas unidades de cardiologia e de terapia intensiva. Este situação terá sido determinante para não levantar suspeitas uma vez que óbitos nestas unidades eram perfeitamente normais. Acredita-se que sua primeira vítima tenha sido John Yengo, de 72 anos, em 1988.

Digoxina era a substância predileta de Charles Cullen

Segundo o obituário, o septuagenário teria morrido devido à síndrome de Stevens-Johnson, uma reação alérgica rara. No entanto, anos mais tarde, Charles confessou o homicídio, praticado com uma injeção letal. À época, a filha de John, em entrevista à Associated Press, declarou que sempre desconfiou da verdadeira causa da morte do pai. Em 1993, Helen Dean, 91, estava internada a recuperar de uma cirurgia para remover um cancro de mama. Durante a estadia, Charles entrou no quarto e pediu à filha que saísse. Depois, deu-lhe uma injeção. No dia seguinte, a idosa morreu por insuficiência cardíaca.

Cinco anos mais tarde, Ottomar Schramm, de 78 anos, tinha sido internado por culpa de um derrame. A filha, Kristina Toth, lembra-se de o pai ser levado para “fazer testes” por um “homem estranho” com uma seringa. Depois dos “testes”, a saúde de Ottomar piorou abruptamente: os exames de sangue constataram níveis extraordinariamente elevados de digoxina, que foi mais tarde comprovada como a principal substância utilizada por Charles para cometer os homicídios. Ottomar não resistiu e acabou por morrer dias depois, em dezembro de 1998.

Charles Cullen confessou 40 homicídios mas número pode ser 10 vezes superior

Em 2002, Charles começou a trabalhar no Somerset Medical Center. Foi aí que conheceu Amy Loughren, enfermeira que viria a tornar-se peça chave no desenrolar da história. Em 2003, as autoridades, que já suspeitavam do enfermeiro, entraram em contacto com Amy para que ajudasse no caso. A partir dos registos do hospital, a profissional médica descobriu o modus operandi de Charles e mostrou-lhes o que tinha descoberto. No entanto, as evidências não eram suficientes para avançar para a detenção. Em dezembro daquele ano, os investigadores, em conjunto com Amy, elaboraram um plano para conseguir uma confissão.

A mulher – que estava a usar uma escuta – combinou um almoço com Charles e confrontou-o sofre as mortes de alguns pacientes. O enfermeiro simplesmente respondeu que queria “cair a lutar”. Naquele momento, os agentes, que aguardavam no exterior do restaurante, entraram no local e detiveram-no. Em depoimento, que durou perto de sete horas, confessou e detalhou os crimes. Admitiu ter concretizado 40 homicídios. Acredita-se, contudo, que, entre 1988 e 2003, terá tirado a vida a mais de 400 pacientes. Em 2006, foi condenado a 11 sentenças de prisão perpétua por 29 homicídios. Charles mantém a versão de que os crimes tinham como objetivo evitar que pacientes continuassem a sofrer ou fossem submetidos a tratamentos ineficazes.

Foto: Reprodução YouTube

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