Zelensky diz que crimes em Busha serão reconhecidos como genocídio

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os “crimes de guerra” em Busha, alegadamente cometidos por forças militares russas, serão “reconhecidos como um genocídio”.

Zelensky diz que crimes em Busha serão reconhecidos como genocídio

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje em Busha que os “crimes de guerra” nesta cidade, alegadamente cometidos por forças militares russas, serão “reconhecidos como um genocídio”.

Falando à imprensa numa das ruas onde foram encontrados dezenas de cadáveres de civis, nalguns casos com as mãos atadas nas costas e atirados em valas comuns, Volodymyr Zelensky garantiu que o que aconteceu “são crimes de guerra” e acusou o exército russo de ter cometido “um massacre” contra a população civil. “Todos os dias, quando os nossos combatentes entram e reconquistam territórios — como aconteceu com Busha — vemos o que está a acontecer”, adiantou o Presidente ucraniano, pedindo aos órgãos de comunicação social para “documentarem as atrocidades” cometidas naquela cidade.

 

Guerra na Ucrânia fez pelo menos 3.527 vítimas civis, incluindo 1.430 mortos

A invasão russa da Ucrânia já fez pelo menos 3.527 vítimas civis, incluindo 1.430 mortos e 2.097 feridos, a maioria das quais atingidas por armamento explosivo de grande impacto, indicou hoje a ONU.

“É muito importante que a imprensa, os jornalistas internacionais estejam aqui. Temos de ser capazes de mostrar ao mundo o que aconteceu, o que as forças russas fizeram”, disse Zelensky, que se deslocou hoje a Busha, acompanhado de soldados ucranianos fortemente armados.

O líder ucraniano enfatizou a importância de “levar este caso à justiça internacional”, apesar de Moscovo rejeitar todas as acusações e alegar que as imagens mostradas foram encenadas e fazem parte da propaganda de Kiev. “Vamos fazer com que os responsáveis sejam punidos. Todos os dias encontramos casos como este e isso é genocídio”, acrescentou.

Os serviços militares ucranianos divulgaram hoje, na sua página oficial da internet, os dados pessoais de 1.600 soldados russos que atuaram em Busha, mostrando os seus nomes, apelidos, datas de nascimento e patentes militares. A lista corresponde aos integrantes da 64ª brigada motorizada independente, do exército russo, que está alegadamente implicada no massacre de civis na cidade. A presidência russa (Kremlin) rejeitou categoricamente a participação dos seus militares nos massacres.

Busha esteve ocupada por tropas russas durante semanas e, após sua libertação, centenas de corpos foram descobertos espalhados nas ruas, alguns deles com as mãos amarradas nas costas, como divulgou a imprensa internacional no local.

A organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) alegou ter indícios de que o exército russo tinha cometido crimes de guerra nas áreas sob o seu controlo, incluindo execuções sumárias de civis. A comunidade internacional condenou o massacre e pediu uma investigação aos alegados crimes de guerra.

A União Europeia anunciou que está a preparar “com urgência” novas sanções contra a Rússia após “as atrocidades”, que condena nos “termos mais fortes”, cometidas pelas forças armadas russas em várias cidades ucranianas ocupadas e, entretanto, libertadas. Também a alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos defendeu que sejam preservadas todas as provas dos aparentes massacres de civis na cidade ucraniana de Busha e nos arredores de Kiev, a fim de se estabelecerem responsabilidades e ser feita justiça.

A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,21 milhões de refugiados para os países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

 

 

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