Observadores internacionais registam casos de “compra de voto” nas eleições na Sérvia

Ações como “compra de votos”, “uso indevido de recursos públicos” e interferências nas urnas foram registadas nas eleições legislativas antecipadas de domingo na Sérvia, relataram hoje observadores internacionais que monitorizaram o escrutínio.

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Em termos gerais, a missão internacional de observação — que juntou elementos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e do Parlamento Europeu — afirmou que a votação correu bem e o quadro jurídico foi “o adequado para a realização de eleições democráticas”, mas advertiu que constatou situações de “uso indevido de recursos públicos, falta de separação entre as funções oficiais e as atividades de campanha, e a intimidação e pressão sobre os eleitores, incluindo casos de compra de votos”.

“Apesar das eleições terem sido tecnicamente bem organizadas, desenrolaram-se no âmbito de um cenário social e politicamente dividido”, afirmou Reinhold Lopatka, coordenador especial e líder da missão de observação de curto prazo da OSCE.

O mesmo responsável notou que o “envolvimento decisivo do Presidente [sérvio, Aleksandar Vucic] dominou o processo eleitoral e a utilização do seu nome por uma das listas de candidatos, juntamente com a parcialidade nos meios de comunicação social, contribuíram para condições de concorrência desiguais.”

Outras questões apontadas relacionaram-se com a sobrelotação, violações do segredo de voto e vários casos de votação em grupo.

Segundo a informação divulgada pela missão, cerca de 6,5 milhões de eleitores estavam registados para participar nas eleições antecipadas de domingo.

A repetição destes atos eleitorais, de forma antecipada, no país (estas foram as terceiras legislativas em quatro anos) tem “diminuído a confiança da população no processo democrático e nas instituições que os governam”, acrescentou ainda outra responsável da OSCE, Farah Karimi.

Foram ainda levantadas preocupações relativamente à liberdade de expressão e ao tratamento dado a ativistas, indivíduos LGBTI, defensores dos direitos humanos e jornalistas, que “enfrentaram intimidação e assédio”.

De acordo com os primeiros resultados – a contagem oficial só deve ser efetuada hoje à noite – o partido presidencial (SNS, direita nacionalista) obteve 127 dos 250 lugares do parlamento.

“Teremos a maioria absoluta”, disse o Presidente Aleksandar Vucic, confiante, no domingo à noite, na sede do partido, que obteve 120 lugares nas eleições anteriores, em abril de 2022.

 

PL (PSP) // SCA

By Impala News / Lusa

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