Navio filipino atacado pela China em novo incidente marítimo entre os dois países

O exército filipino acusou hoje a guarda costeira chinesa de disparar um canhão de água contra um dos seus navios de abastecimento no Mar do Sul da China, com Pequim a afirmar que a embarcação invadiu as suas águas.

Navio filipino atacado pela China em novo incidente marítimo entre os dois países

Em comunicado, acompanhado de vários vídeos publicados nas redes sociais, as Forças Armadas das Filipinas indicam que o incidente ocorreu quando o navio se dirigia para o recife Ayungin Shoal para uma missão de Rotação e Reabastecimento (RoRe), nas ilhas Spratly, zona onde nos últimos meses ocorreram episódios semelhantes com barcos de ambos os países.

Por seu lado, o porta-voz da guarda costeira chinesa, Gan Yu, referiu que os navios filipinos invadiram o que disse serem águas territoriais da China, apesar dos repetidos avisos.

“A guarda costeira da China implementou regulamentação legal, interceção e expulsão de uma forma razoável e profissional”, argumentou.

A União Europeia declarou-se “profundamente preocupada” com o episódio, considerando que “a sucessão de repetidas manobras perigosas, bloqueios e canhões de água por parte de navios da Guarda Costeira chinesa e da Milícia Marítima contra navios filipinos que participam em missões de reabastecimento constitui uma provocação perigosa contra os navios”.

Os Estados Unidos e o Japão também expressaram imediatamente apoio às Filipinas.

Washington não reivindica a movimentada rota marítima, uma importante rota comercial global, mas destacou navios da Marinha e aviões de combate no que denomina operações de “liberdade de navegação”, que a China criticou.

Os EUA também alertaram repetidamente que são obrigados a defender as Filipinas — o seu mais antigo aliado do tratado na Ásia — se as forças, navios e aeronaves filipinos forem alvo de um ataque armado, incluindo no Mar do Sul da China.

Pequim e Manila mantêm um conflito sobre a soberania de várias ilhas e recifes nestas águas, que Pequim reivindica quase inteiramente por “razões históricas”, embora o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia tenha concordado em 2016 com Manila numa sentença.

Além das Filipinas e da China, o Vietname, a Malásia, Taiwan e Brunei reivindicam parte deste mar estratégico, através do qual flui 30% do comércio mundial e que alberga 12% dos pesqueiros mundiais, bem como depósitos de petróleo e gás.

A guarda costeira chinesa já havia atingido o navio em causa, em 05 de março, com canhões de água de alta pressão.

AAT // EA

By Impala News / Lusa

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