México propõe acordo aos EUA para enfrentar recorde de migrantes

O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, acredita existirem “condições imbatíveis” para um acordo com os Estados Unidos que permita o desenvolvimento da América Latina e Caraíbas, mas também enfrente o atual fenómeno migratório com bem-estar e emprego.

México propõe acordo aos EUA para enfrentar recorde de migrantes

“Há condições imbatíveis para subscrever um bom convénio para o desenvolvimento da América Latina e das Caraíbas e, em particular, dos países da América Central”, afirmou o presidente em conferência de imprensa. Ao ser questionado sobre a carta que enviou há dias ao homólogo norte-americano, Joe Biden, na qual pedia apoio para enfrentar a crise dos migrantes na região, López Obrador disse ter esperança de que a sua proposta seja aceite. “Tenho esperança. Vejo que o Presidente Biden é sensível e tem interesse em lidar com o problema de fundo”, assegurou.

Obrador salientou que o embaixador dos EUA no México, Ken Salazar, mostrou interesse no tema, tendo mesmo viajado para a fronteira sul para ver como pode ajudar. Além disso, reconheceu o trabalho que Biden confiou à vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, e disse já não querer medidas repressivas para lidar com a migração. “Chega de tentar resolver um problema social com medidas coercivas. Nós não queremos helicópteros artilhados. O que queremos é que as pessoas tenham recursos”, vincou.

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Fluxo de migrantes atinge os 147 mil entre janeiro e agosto

O Presidente mexicano indicou que, caso a sua proposta seja aceite, o Governo mexicano poderá aconselhar sobre como concretizar os programas Semeando Vidas e Jovens Construindo o Futuro, com os quais seriam criados 240 mil empregos em seis meses na Guatemala, nas Honduras e em El Savador. “Isso é o que eu proponho. Nós ajudamos”, acrescentou. Ao mesmo tempo, questionou o Senado dos Estados Unidos pelo atraso no tratamento das suas propostas, referindo que “este é um plano de emergência”, recordando ser importante tomar decisões, até porque tanto EUA como Canadá requerem mão-de-obra que os países da América Latina e Caraíbas podem proporcionar.

A região está a lidar com um fluxo migratório histórico, com 147 mil migrantes sem documentos detetados no México entre janeiro e agosto, o triplo do número registado em 2020, e um recorde de 212 mil migrantes sem documentos detidos, só em julho, pelos Estados Unidos. Até 2050, as alterações climatéricas fazer disparar o número de migrantes em todo o mundo.

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