Desigualdade de género influencia que um quarto das jovens timorenses engravidem antes dos 20 anos

Um quarto das jovens timorenses são mães antes dos 20 anos, com a desigualdade de género, as elevadas taxas de violência sexual e a falta de informação sobre saúde reprodutiva a contribuírem para essa situação, revela um novo estudo.

Desigualdade de género influencia que um quarto das jovens timorenses engravidem antes dos 20 anos

Um quarto das jovens timorenses são mães antes dos 20 anos, com a desigualdade de género, as elevadas taxas de violência sexual e a falta de informação sobre saúde reprodutiva a contribuírem para essa situação, revela um novo estudo.

O estudo mostra que em muitos dos casos as gravidezes precoces são “frequentemente e rapidamente seguidas por casamentos” contribuindo para que 20% das adolescentes com 18 anos já estejam casadas.

“As desigualdades de género profundamente enraizadas – incluindo altas taxas de violência contra as mulheres e barreiras à saúde reprodutiva – desempenham um papel nestes dados preocupantes”, refere o estudo, que ouviu mulheres em várias zonas urbanas e rurais timorenses.

Encomendado pelo Grupo de Mulheres Parlamentares de Timor-Leste, o estudo foi realizado pela Secretaria de Estado da Juventude e Desporto do VI Governo em conjunto com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e com a organização Plan International.

Falta de informação e os elevados níveis de violência contra as mulheres em Timor-Leste – muitas das gravidezes resultam de violações – contribuem para que o problema assuma “dimensões preocupantes”, segundo responsáveis envolvidos no estudo.

“Temos atualmente um índice de 60% de violência entre parceiros íntimos em Timor-Leste”, notou Candie Cassabalian, especialista da UNFPA, citada numa nota sobre o estudo.

O problema, referiu, é ampliado porque as restrições sociais normais tornam o acesso a contracetivos difícil, especialmente sem o consentimento dos maridos ou parceiros.

“Mulheres casadas, independentemente da sua idade, têm muito pouco controlo sobre o seu próprio corpo e a sua fertilidade. Por isso, rapidamente, mulheres jovens acabam por ter muitas crianças, o que lhes limita as oportunidades e as escolhas ainda mais”, frisou Cassabalian.

O estudo refere que outro dos fatores que contribui para o problema é a falta de uma educação sexual compreensivel. Algumas das mulheres e adolescentes ouvidas para o estudo admitiram que não sabiam nada sobre sexualidade.

“Apesar de a educação sexual fazer parte do currículo das escolas, muitas vezes os professores não se sentem à vontade para divulgar a informação”, explicou Lala Soares, especialista de género do Plan International.

“Em alguns casos contam-nos que quando chegam a este capítulo, rasgam as páginas dos livros”, acrescentou.

Mais do que um diagnóstico do problema quantitativo e qualitativo do problema, o estudo pretendia investigar formas de prevenção que ajudem a minimizar as gravidezes na adolescência e os casamentos precoces.

Ainda que o casamento seja o passo seguinte a uma gravidez não intencionada, muitos pais e líderes comunitários lamentam a sua elevada prevalência, segundo o estudo, que nota, porém, que o contexto social e familiar torna difícil às jovens falarem abertamente de temas como a sexualidade.

“Com a comunidade a enfatizar nos jovens a ideia de abstinência total, muitas dos relacionamentos dos adolescentes ocorrem em total clandestinidade. Isso impede os jovens de poderem fazer perguntas ou de ter acesso a informação e serviços adequados”, refere o estudo.

O documento mostra que jovens, tanto rapazes como raparigas, sabem muito pouco sobre os seus próprio corpo – ainda que quase todos tenham ouvido falar sobre o sexo. E revela que “não sabiam os riscos de gravidez, HIV ou outras doenças sexualmente transmitidas, como funcionava o sistema reprodutivo ou até os sinais de gravidez”.

“Quer os jovens quer os pais pareciam desconhecer os riscos de saúde associados à gravidez na adolescência”, nota ainda.

O estudo analisou ainda o acesso dos jovens a métodos contracetivos que considera estarem “fora do alcance de jovens solteiros” e que “para jovens mulheres casadas, também são usados raramente”.

As mulheres, nota, “estão sob pressão para ter mais filhos rapidamente e muitas acreditam que há inúmeras consequências negativas para a saúde se usarem contracetivos”, com os preservativos, por exemplo, a serem vistos como uma “licença para atividade sexual imoral”.

“O resultado é um número ainda maior de gravidezes na adolescência depois do casamento, desta vez com uma pressão considerável da comunidade sobre a jovem para que continue a aceitar estar grávida”, refere a mesma análise.

 

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