Cabeça de lista da AD diz que não vê Europa “como ambição pessoal” ou “destino de carreira”

O cabeça de lista da AD às eleições europeias, Sebastião Bugalho, afirmou hoje esta coligação não olha para a Europa como “uma ambição pessoal” ou “destino de carreira”, nem como “uma caixa multibanco ou uma vigia orçamental”.

Cabeça de lista da AD diz que não vê Europa

“Nós não apontamos aos ‘falcões de Bruxelas’ num dia, para nos candidatarmos ao Eurogrupo no outro. Nós não começamos a nossa jornada de braço-dado com os senhores do Syriza para a acabarmos em festa com o senhor Orbán”, afirmou, em aparentes recados a Mário Centeno e António Costa, sem nunca referir nomes.

Na apresentação dos candidatos da AD às europeias de 09 de junho, que decorreu na Curia (Aveiro), Sebastião Bugalho defendeu que esta coligação não tem da Europa “uma visão utilitarista” nem a vê como “uma ambição pessoal”, nem “um destino de carreira”, “ao contrário de outros”.

“Não olhamos para ela como uma caixa de multibanco ou uma vigia orçamental. Nós levamos a Europa a sério, porque queremos que a Europa também nos leve a sério, não podemos brincar com a Europa consoante as sondagens”, disse.

O candidato, que disse que a escolha do seu nome “é um risco” assumido pelo primeiro-ministro e líder do PSD Luís Montenegro, defendeu uma Europa que “trabalhe em conjunto”, sobretudo perante os novos conflitos a leste e no Médio Oriente.

“Para ganhar relevância – seja na Defesa, seja na Inovação – a Europa tem de ganhar escala. E isso não é possível com uma visão de ‘cada um por si'”, afirmou, dizendo que “será impossível sobreviver à soma de todos estes desafios sem cooperação entre Estados-membros, sem integração de políticas de Defesa”.

O candidato resumiu a proposta da AD para as próximas europeias: “Tornar o continente europeu não apenas um lugar onde se quer chegar, mas uma casa onde se quer ficar, onde se pode ficar. Queremos que a Europa seja uma casa de sonhos, dos que estão e dos que chegam”.

Sebastião Bugalho defendeu que “não é inevitável” ter de optar “entre defender o continente europeu e preservar o Estado Social europeu”.

“Pelo contrário, nós acreditamos que só uma Europa que se cuide conseguirá ser uma Europa que se defende. Que só uma Europa que não esqueça a sua coesão social poderá ter uma voz ouvida no resto do mundo”, disse.

Para tal, defendeu, será necessário na próxima legislatura do Parlamento Europeu “contribuir ativamente para o desenho do quadro financeiro plurianual que aí vem – provavelmente o último antes do alargamento” e preparar a Europa para “o regresso do isolacionismo norte-americano, caso a hipótese do seu regresso se confirme”.

“Teremos de nos aproximar da conclusão da União Bancária, de Mercado de Capitais e de Energia – para assegurar que a nossa economia social de mercado estará protegida num mundo em que as regras contam cada vez menos para todos – menos para nós”, defendeu, terminando a sua primeira intervenção como candidato com um apelo à vitória nas próximas europeias.

Nas últimas eleições europeias, em junho de 2019, o PSD concorreu sozinho e teve o seu pior resultado de sempre, menos de 22% dos votos, e elegeu seis eurodeputados.

SMA // SF

By Impala News / Lusa

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