Pesava 17 quilos na adolescência porque o avô a deixou «morrer à fome»
Jovem foi resgatada quando pesava 17 quilos porque o avô a deixou «morrer à fome». Os abusos, que duraram vários anos, só foram agora conhecidos, quase uma década depois.
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Uma jovem japonesa foi resgatada quando pesava 17 quilos porque o avô a deixou «morrer à fome». Os abusos, que duraram vários anos, só foram agora conhecidos, quase uma década depois.
A vítima decidiu partilhar as fotografias tiradas antes de dar entrada num hospital de Quioto. Fê-lo de forma a «alertar para todos os outros casos de abusos» que têm sido descobertos naquele país.
Problema «afeta milhares de jovens no Japão, onde as mulheres são vistas como seres inferiores aos homens»
«Era uma criança quando tudo começou. Os abusos do meu avô continuaram na adolescência. Ele dizia que se recusava a gastar dinheiro em comida para mim porque eu era mulher e as mulheres só dão despesa», relata.
«Para além da fome, também me batia. Desde sempre me viu como um empecilho e afirmava que tudo seria diferente se eu fosse homem. Deixou-me para morrer», recordou a jovem, cuja identidade não foi revelada.
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A vítima quis alertar a opinião pública para um problema que «afeta milhares de jovens no Japão, onde as mulheres ainda são vistas como um ser inferior aos homens».
A jovem afirmou ainda saber que «as fotografias são chocantes», mas disse que precisava de as partilhar. «O objetivo é mesmo chocar. O choque leva as pessoas a pensarem e a mudarem. É isso que eu quero», explicou.
«O meu avô dava-me socos no estômago até que eu vomitasse o que tinha comido sem autorização», recorda, para ilustrar os momentos em que pesava 17 quilos
Nos seus últimos anos em casa do avô, a jovem disse ter sobrevivido com a pouca comida que conseguia ingerir às escondidas. Contudo, foi muitas vezes «apanhada a comer».
«Quando isso acontecia, o meu avô dava-me socos no estômago até que eu vomitasse o que tinha comido sem autorização. Depois guardava o vomitado para me dar a comer uns dias depois», recorda.
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Hoje, a rapariga é uma jovem de 20 anos, com peso saudável e com a vida recomposta. Trabalha na área da saúde e é mentora de um programa para meninas vítimas de abusos, onde partilha a sua história de sobrevivência.
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