João Varandas Fernandes acusa Estado de ter perdido oportunidade de reestruturar o SNS

O médico João Varandas Fernandes identifica o período pós-troika como «oportunidade perdida» de reestruturar o Serviço Nacional de Saúde.

João Varandas Fernandes acusa Estado de ter perdido oportunidade de reestruturar o SNS

médico João Varandas Fernandes lamenta a «oportunidade perdida» do Estado para «implementar políticas estruturais favoráveis a marcar positivamente o SNS para a década seguinte» no período pós-troika. Varandas Fernandes diagnostica, aliás, «quase dez anos passados, uma insatisfação perante expectativas fracassadas». «Mesmo antes da situação da pandemia que estamos a viver, o SNS estava distante de alguns níveis de organização, planeamento e financiamento exigidos para o seu desempenho. A realidade nos tempos de espera para cirurgias, nas marcações de consultas e de exames complementares de diagnóstico não respeita os princípios da equidade e da solidariedade, eixo central do SNS», afirma em artigo assinado no Expresso.

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João Varandas Fernandes defende «novos modelos de cuidados de saúde»

Varandas Fernandes alerta para a urgência da criação de «novos modelos de cuidados de saúde». Necessidade mais exposta agora, expõe, «nesta luta, em que o inimigo coronavírus não desiste facilmente e com a sobrecarga decorrente dos hospitais e de todos os grupos profissionais de Saúde». «Temos de estabelecer toda a orgânica dos serviços em dois escalões funcionais: o sector da cobertura aos doentes afetados pela doença covid-19 e o sector com dimensão médico-cirúrgica.»

Hospitais concentrados na luta à covid-19 relegam outros pacientes

«Sem modelo de sistema de cuidados de prevenção em Portugal, os doentes com doenças cardiovasculares, oncológicas, degenerativas e crónicas, qualquer que seja a sua natureza, vão necessitar de ser atendidos e manter uma assistência regular», o que, no entender de João Varandas Fernandes está a descurado, pois «uma pandemia que provoca este choque na sociedade desencadeia perdas de atividade reais e potenciais». Embora haja, considera, «muita coisa feita», persistem «muitas dificuldades também». «As resoluções prioritárias têm como propósito o combate vigoroso ao coronavírus. Mas é extremamente importante preparar o amanhã, organizando os serviços do SNS, perante uma nova realidade.» Otimista, o clínico acredita que, gorada a oportunidade de há nove anos, após o período de intervenção em Portugal, estes novos avisos «mais consistentes não sejam, desta feita, frustrados».

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