A gala dos Globe Soccer Awards acontece este domingo, 29 de dezembro, e Cristiano Ronaldo, João Félix, Fernando Santos e o empresário Jorge Mendes são os portugueses que estão na corrida. Este sábado, 28 de dezembro, o jogador da Juventus deu uma entrevista a Rui Pedro Braz onde revelou o segredo do sucesso e o que o mantém «motivado».

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Esta pode ser a sexta vez que Ronaldo é eleito melhor jogador do ano, no entanto o capitão da Seleção Nacional mantém a sobriedade e revela que não há segredos. «Não há segredos, são muitos anos a jogar futebol. O mais importante é ganhar títulos coletivos porque isso ajuda. Não há milagres, nem segredos é um acumular de anos a fazer aquilo que gosto», explica.

Para o craque português o mais importante é a «paixão». «Nos jogos a motivação é sempre alta, as pessoas não conseguem ver é os bastidores. Não tenho de mostrar nada a ninguém, tenho é de mostrar a mim mesmo. O Cristianinho faz-me uma pequena pressão: ‘Pai aguenta mais uns anos que eu gostava de jogar contigo’. Mas acho que vai ser dificil», brinca, referindo que tal não será possível.

Cristiano Ronaldo não esconde saber o talento que tem e afirma que «muita humildade também é vaidade». Orgulha-se de conhecer o seu corpo a 100% e refere que isso é essencial. «Conheço o meu corpo a 100%. Vejo por aí companheiros meus que não conhecem o corpo a 100%. Se entrares numa profundidade e quiseres saber, tu podes ir mais além. Se fizeres as coisas bem, a probabilidade de ganhar é bem maior», conta.

«Fico envergonhado se os meus filhos me perguntam alguma coisa e não sei responder»

Aos 34 anos, Cristiano Ronaldo revela que quer sempre «aprender com os melhores». «Na minha área, acho que sou bom ou muito bom, mas há tantas áreas. É bom estar rodeado de pessoas inteligentes nas suas áreas. Tento sempre aprender, não só para a performance no futebol, mas para a minha vida pessoal. Tenho filhos, fico envergonhado se me perguntam alguma coisa e não sei responder.»

Há 10 anos não era assim, mas agora prefere ler um bom livro, de forma a preparar-se para o futuro. «Em vez de estar ligado às redes sociais,  prefiro ler um bom livro. No futebol o meu lugar está marcado, ganhar mais uma Champion, uma bola de ouro, não me vai fazer mais feliz. Claro que quero sempre ganhar mais, mas acho que há um depois do futebol. Acho que vou viver mais 50 anos e tenho que estar preparado para encarar novos obstáculos, fazer coisas que eu não sei», revela.

Para surpresa de muitos, o futebolista demonstra vontade de participar num filme de Hollywood. «É algo que gostava. Mas tenho de ter um inglês top. As pessoas estão muito habituadas a estar na zona de conforto, quando sais é um grande desafio. Gosto de me desafiar, para depois surpreender os outros», confessa.

«Não tenho dúvidas que sou um exemplo»

Questionado se tem noção de que mudou o paradigma do futebol, Ronaldo não esconde: «Não tenho dúvidas nenhumas de que sou um exemplo.»

«Sou um exemplo, principalmente para os mais jovens, mesmo que não demonstrem. Somos todos diferentes e há que respeitar cada um. Esta nova geração tem feito um bom trabalho, os jogadores estão a formar-se cada vez melhor. Mas acho que sou um role model (exemplo)  para eles. Não só para os mais jovens, mas para os mais velhos também. Independentemente de gostarem ou não do Cristiano, aquilo que fiz, ganhei e continuo a fazer demonstra um espírito de sacrifício», remata.

Cristiano Ronaldo e Lionel Messi lutam pelo prémio de Melhor do Ano, que será atribuído este domingo, 29 de dezembro.

Texto: Sílvia Abreu| Fotos: Globe Soccer Awards

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