Rosa Grilo assume que nada do que fez «foi normal»: «Não pensei em nada»

Rosa Grilo diz em julgamento que nada do que fez «foi normal» e que não pensou «em nada», juíza contrapõe. «Desculpe, mas a senhora pensou!»

Rosa Grilo assume que nada do que fez «foi normal»: «Não pensei em nada»

No dia do crime, em que, segundo Rosa Grilo, estavam ambos (ela e o marido) sequestrados pelos «angolanos» em casa, a serem agredidos pelos mesmos, a arguida envia, às 12h15, uma mensagem a Inês (funcionária da empresa) a explicar que ia «fazer um exame» e que, por isso, ela e Luís Grilo «não iam trabalhar». De acordo com a Investigação, Inês responde. «Boa sorte.» Na mensagem, acrescentaria ainda que «estava tudo calmo» no escritório. Rosa responde. «Boa! Eheheh.»

ROSA GRILO «arrependida de tudo»
«Devia ter agarrado no filho e ido embora»

Juíza tenta desmontar alegação de Rosa Grilo de que não pensou «em nada»

Esta «normalidade no comportamento» da arguida não é bem entendida pela juíza. «A senhora tem esta presença de espírito para estar a trocar mensagens com esta naturalidade enquanto está a ser ameaçada de morte e o Luís amarrado e agredido? Como é que a senhora se lembra e troca mensagens perante o quadro que está a viver? Não se limita a responder a uma. Mantém uma troca de mensagens enquanto estavam a ser agredidos.» Rosa diz que era apenas para «manter a calma» e evitar que fosse contactada «mais vezes» naquele dia. «Nada do que fiz foi normal. Não pensei em nada!» A alegação não convence a juíza. «Desculpe, mas a senhora pensou! Pensou no teor das mensagens, onde não se vislumbram respostas desadequadas. Não evidencia nenhum estado de perturbação em que a senhora responda de forma desorganizada.»

«Achava desnecessário fazer os seguros. Quem tratou de tudo foi o Luís»

Para a acusação, o motivo para o crime terão sido os vários Seguros de que Rosa Grilo beneficiaria em caso de morte do marido. A arguida, porém, diz que «tinha apenas conhecimento de três seguros». O «da casa, o de acidentes pessoais e o de saúde». Os restantes, Luís Grilo «fê-los sem consentimento» da mulher, uma vez que esta «não estava de acordo». «Achava desnecessário fazer os seguros. Quem tratou de tudo foi o Luís», afirma a arguida, dizendo que apenas tomou conhecimento quando foi interrogada no Tribunal de Vila Franca de Xira. Esta posição de Rosa Grilo suscita dúvidas na juíza, uma vez que Luís Grilo praticava uma modalidade em que estava exposto a alguns perigos e os seguros permitiriam dar algum «conforto e estabilidade à família em casa de acidente».

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«Tenho muitas merdas para o julgamento»

Rosa «estava doente», mas «foi procurar os diamantes»

Rosa Grilo «tinha um exame marcado para o dia 17 de julho», ao qual não compareceu por «não estar em condições», mas que implicava a toma prévia de um medicamento abortivo que lhe causava hemorragias e que implicava dois dias de repouso. «Como é que a senhora, nesta situação, foi a Benavila procurar os diamantes com os angolanos?» À magistrada, Rosa Grilo responde com desprezo. «Como nos outros dias em que tive hemorragias…» Um dia antes do crime, Rosa Grilo trocou 11 mensagens com António Joaquim em apenas três minutos. A arguida mantinha contacto, via sms, com o amante mesmo que estivesse na presença do marido. Rosa diz que esta atitude não suscitava interesse por parte de Luís Grilo. «Ele tinha um ego demasiado cheio para ter ciúmes. Era muito confiante de si.»

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