Portuguesa drogou filha que escondeu na mala do carro durante dois anos

Portuguesa vai ser julgada em França, por ter escondido a filha na mala do carro. Exames revelam que menina era medicada com analgésicos e anestesiantes.

Portuguesa drogou filha que escondeu na mala do carro durante dois anos

A portuguesa Rosa Maria de 50 anos, emigrante em França, é acusada pelo Ministério Público francês pela prática do crime de exposição e abandono, por ter deixado sobreviver a filha em condições desumanas durante dois anos.

O caso foi descoberto em 2013, dois anos depois da bebé nascer, numa ida à oficina. Atualmente, com sete anos, a menina foi diagnosticada com autismo irreversível. Com dificuldades em comunicar, a menina apenas “emite sons”. De acordo com a estação de rádio France Info, a portuguesa sempre rejeitou e escondeu a gravidez.

Os exames forenses feitos aos cabelos de Serena, a menina que foi escondida pela mãe na mala do carro durante quase dois anos, em França, confirmam que foi medicada com substâncias químicas presentes analgésicos e anestesiantes. A informação é avançada pelo Correio da Manhã.

«Nenhuma dessas substâncias é indicada para crianças com menos de seis anos e é discutível o uso em menores. E quando ela foi encontrada tinha 23 meses», esclareceu esta segunda-feira o pediatra que acompanhou o caso, no tribunal de Tulle, França.

O médico explicou que «só viu crianças no estado de Serena nas guerras do Leste da Europa» e que o caso o deixou chocado. “Já vi muito raquitismo, mas nunca nada como esta menina. Em França já não há nenhuma criança assim há muitos, muitos anos.»

A portuguesa durante o julgamento, que começou esta segunda-feira, afirmou estar arrependida. Rosa Maria diz não ter lido «a acusação para não saber o mal que lhe tinha feito». Os outros três filhos, com idades entre os 9 e 17 anos, que tinham sido retirados ao casal, já foram entretanto entregues à mãe.

Uma ida à oficina revela o pior

Em 2013, Rosa foi a uma oficina e após se recusar a abrir a mala do carro, de onde vinha barulho, acabou por alertar os mecânicos. «Descobri a menina no fundo da mala, nua, ao lado de uma alcofa podre, nojenta. Dei um salto para trás por causa do cheiro», contou um funcionário da oficina.

Segundo o mesmo, a bebé era «branca como a cal», estava deitada sobre sacos do lixo e rodeada dos próprios excrementos. Do seu lado, a criança tinha ainda um biberão com leite fermentado.

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Os bombeiros revelaram que a menina mal respirava e se tivesse permanecido mais meia hora fechada poderia morrer. Alheia a toda a situação, os funcionários acreditam que a portuguesa se dirigiu à oficina já com o intuito de ser descoberta.

Más condições em que vivia

Serena, nome pelo qual foi batizada depois de ser descoberta, viveu escondida, mal nutrida e com poucos cuidados na mala de um carro e na garagem da vivenda da família, durante dois anos, em Blagnac, em França.

Atualmente com sete anos, Serena tem graves deficiências físicas, devido ao facto de ter sido privada de cuidados adequados durante um longo período de tempo. Está a viver com uma família de acolhimento francesa na mesma região.

Ao fim de cinco anos de investigações, Rosa Maria vai ser julgada por maus tratos agravados por ter causado deficiências permanentes à filha. Também é acusada pela prática do crime de exposição e abandono, por ter deixado sobreviver a filha em condições desumanas durante dois anos.

O Ministério Público francês também entende que a mulher cometeu um crime de ocultação junto das autoridades por nunca ter registado o nascimento da menor. Em França, estes crimes podem ir até 20 anos de prisão.

Relativamente ao pai da criança, o MP decidiu arquivar o caso por falta de provas de que o emigrante português tivesse conhecimento da existência da menina.

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Texto: Redação WIN- Conteúdos Digitais

 

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