Pais das gémeas que viviam em garagem sem condições querem as filhas de volta

João entretanto já arranjou emprego e tem contrato, pelo que dizem que o que lhes falta para receber as filhas de volta é uma casa

Pais das gémeas que viviam em garagem sem condições querem as filhas de volta

Em agosto de 2019 noticiava-se que Lara e Luísa, irmãs gémeas, eram retiradas aos pais que viviam numa garagem sem condições na Amadora. Em novembro desse mesmo ano, o Tribunal da Amadora decidiu que as meninas iriam continuar na casa de acolhimento temporário, onde estão desde esse momento. O casal, Mariana Santos  e João Moura, ainda vive no mesmo local sem condições e esta segunda-feira, dia 20, foram entrevistados por Júlia Pinheiro.

João, pai das meninas, recorda o dia em que estas lhe foram retiradas e como a polícia bateu à porta da garagem. Nas horas seguintes, ficaram detidos por, alegadamente, exercerem violência sobre as meninas.

Em entrevista garantem: “Nunca batemos nas nossas filhas” e dizem ainda que as meninas estavam “bem tratadas”.

O casal, que está junto há doze anos,  diz que a garagem foi o conseguiram para evitar viver “debaixo da ponte”. A família chegou a viver numa habitação ilegal na Amadora e esta, alegam, foi demolida com todos os pertences dentro, em 2016. Em alternativa, foi para a garagem sem condições que se mudaram. Os pais afirmam que as meninas sempre foram saudáveis, nunca tiveram doenças e que eram inclusive acompanhadas por um médico de família

No entanto, uma das meninas estava muito magra mas a mãe, Mariana, diz que tinha indicações da médica em como a doença de sopro no coração podia ser essa a causa. “Ela quando nasceu ficou 15 dias na incubadora devido a ter nascido com peso a menos”, justifica o pai.

A mãe é brasileira e está ilegal, apesar de estar em Portugal há 18 anos. As meninas ainda frequentaram uma creche mas nunca foram inscritas numa escola, apesar de terem 11 anos.

“Foi devido a vários acontecimentos. Nós tentámos pô-las na escola. As coisas tornaram-se um bolo, houve até documentos nossos que ficaram lá na casa. Sinto-me muito mal com esta situação toda, por não ter apertado mais. Acabei por me relaxar”, diz João, o pai.

Segundo os pais, com 10 anos, altura em que lhes foram retiradas,  as meninas sabiam ler e escrever, mas pouco. “A Luísa já sabia mas do que a Lara”, revela a mãe, em lágrimas.

Mariana, que está ilegal, diz que tinha medo de ficar sem as filhas, e por isso nunca insistiram em melhorar a situação por vias legais.   A autarquia, em resposta ao programa Júlia, diz que nunca houve nenhum pedido de ajuda por parte da família, que o processo está no Tribunal de Menores e que nada mais tem a acrescentar.

Na mesma entrevista, estes pais dizem que o que mais querem é ter as filhas de volta e negam alguma vez terem consumido drogas, algo que lhes foi apontado após as irmãs serem-lhes retiradas. Mariana e João puderam passar o Natal e a Passagem de ano com as filhas, na instituição onde estas vivem actualmente. Mais ainda, os progenitores falam com elas todos os dias, e dizem que estas pedem para ir para casa.

João entretanto já arranjou emprego e tem contrato, pelo que dizem que o que lhes falta para receber as filhas de volta é uma casa. Mariana está a tratar do pedido de residência. Mariana tem ainda um filho de 15 anos da relação com o ex-marido. O rapaz vive no Brasil com a mãe de Mariana. O casal vive com cerca de 400 a 500 euros por mês.

 

 

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