Costa salienta 250 anos de paz Portugal/Marrocos como fator de confiança bilateral

O primeiro-ministro, António Costa, considerou hoje que os 250 anos de paz luso-marroquina, que se assinalam em 2024, devem constituir um fator de confiança para o desenvolvimento das relações políticas, sociais e económicas bilaterais.

Costa salienta 250 anos de paz Portugal/Marrocos como fator de confiança bilateral

Esta foi uma das principais mensagens transmitidas pelo líder do executivo português no final da XIV Reunião de Alto Nível Portugal-Marrocos, que decorreu no Palácio Foz, em Lisboa, e que ficou marcada pela decisão dos dois países elevarem as suas relações políticas ao nível de parceria estratégica.

Tendo ao seu lado o seu homólogo marroquino, Aziz Akhannouch, António Costa congratulou-se com o fim de “seis anos de interrupção” das cimeiras bilaterais e destacou a assinatura de 12 acordos em diversos domínios.

“Portugal e Marrocos não são simplesmente países vizinhos. Somos dois países que são charneira entre o Mediterrâneo e o Atlântico, entre a África e a Europa. Por isso, decidimos elevar o nosso nível de relacionamento para o patamar de parceria estratégica, de forma a podermos ter uma cooperação mais alargada, não só na relação entre os nossos povos, entre as nossas empresas, mas também ao nível político entre os dois governos”, declarou.

António Costa apontou depois que, em 2024, Portugal e Marrocos assinalam dois aniversários: os 30 anos do Acordo de Boa Vizinhança e Cooperação, e os 250 anos do Tratado de Paz.

De acordo com o primeiro-ministro, os 250 anos de paz “servem como garantia de segurança e de confiança entre todos”.

“Dois séculos e meio de paz entre dois países vizinhos é algo que deve ser devidamente assinalado e, sobretudo, importa que seja inspirador para as nossas relações futuras. Relações que se vão estruturar numa intenso programa de cooperação na área cultural, não só relativamente ao património comum que queremos preservar e valorizas, mas também no que respeita a novas manifestações artísticas”, referiu.

Além do investimento nas indústrias culturais, o primeiro-ministro português disse que está em curso o reforço dos laços da cooperação científica e no campo da investigação, e que se pretende colocar em marcha o acordo de mobilidade de trabalhadores, tendo em vista incentivar “a interconexão humana, com reconhecimento mútuo das qualificações”.

António Costa destacou depois que o fórum empresarial juntou hoje cerca de 130 empresas das áreas mais diversas, abrangendo as indústrias automóvel, têxtil, a energia e as infraestruturas — “domínios em que há muitas oportunidades de estreitamento das relações”.

“Vamos explorar todo o potencial para incrementar as comunicações aéreas e marítimas entre os dois países e, sobretudo, na área da energia. Portugal e Marrocos podem dar uma contribuição decisiva para acelerar o desafio da transição energética. Os recursos naturais que ambos os países dispõem conferem uma vantagem relativamente à anterior era energética”, sustentou, aqui numa alusão “aos potenciais eólico e solar”.

Dirigindo-se ao primeiro-ministro de Marrocos, o líder do executivo português agradeceu-lhe a solidariedade manifestada por este país em relação a Portugal, “em particular durante os períodos de verão quando o país enfrenta desafios exigentes no combate aos incêndios florestais”.

Os aviões Canadair de Marrocos, segundo António Costa, “têm sido um elemento de suporte essencial para ajudar a proteger as populações e florestas nacionais”.

 

PMF // JPS

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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