Enurese, a disfunção que afeta 10% das crianças portuguesas

Em Portugal, uma em cada dez crianças faz xixi na cama para lá da idade normal. Ou seja, 10% dos nossos filhos sofrem de enurese.

Enurese, a disfunção que afeta 10% das crianças portuguesas

A enurese é mais comum do que se imagina. Em Portugal, 10% das crianças entre os quatro e os sete anos sofrem com este problema. Ou seja, fazem xixi na cama regularmente, de forma involuntária.

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Fazer xixi na cama é considerado “mal menor” erradamente, visto que, segundo os especialistas, a enurese está relacionada com situações de ansiedade crónica, problemas de autoestima e impacto na esfera social. Esta disfunção – que envolve a perda involuntária de urina durante a noite em crianças com mais de cinco anos de idade – afeta o dia-a-dia dos mais pequenos, uma vez eles evitam participar em atividades da idade deles, como ir a acampamentos, excursões e dormir em casa da família ou de amigos. Naturalmente, querem esconderem o problema.

Além disso, a enurese causa perturbações no sono, que se traduzem em diminuição da atenção na escola, e, portanto, numa taxa mais elevada de insuficiência escolar. Sabe-se que esta disfunção continua, apesar de numa percentagem menor, na adolescência prosseguindo também, por vezes, até à idade adulta, com consequências ainda mais traumáticas.

Muitas famílias consideram que este problema se resolve ao longo do tempo e, de facto, estima-se que em aproximadamente 15% dos casos haja resolução de forma natural. Por vezes, no entanto, são os próprios pediatras que se atrasam no diagnóstico, como se verifica num inquérito realizado junto da comunidade médica de pediatria e publicado na revista Acta Pediátrica Portuguesa, segundo o qual “apenas 6% dos pediatras acreditam ter diagnosticado mais de 75% dos casos, enquanto quase metade (49%) pensa, pelo contrário, que tem diagnosticado menos de 25% dos casos”.

Enurese: A importância do diagnóstico e intervenção precoces

A verdade é que, embora a prevalência diminua com a idade, a frequência e a gravidade dos episódios de enurese aumentam e, se persistirem ao fim de nove anos, dificilmente serão resolvidos sem tratamento. Daí a importância do diagnóstico e da intervenção precoces.

De acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders e da International Children’s Continence Society (ICCS), a enurese é causada por falha no mecanismo que causa o despertar – a criança com enurese não acorda quando a bexiga está cheia –, bem como pela alteração do ciclo circadiano da hormona antidiurética (vasopressina) e instabilidade da bexiga, com contrações involuntárias do músculo detrusor, entre outras.

Em 2015, a ICCS, a Sociedade Europeia de Urologia Pediátrica (ESPU), a Associação Ásia-Pacífico de Urologia Pediátrica (APAPU), a Associação Internacional de Nefrologia Pediátrica (IPNA), a Sociedade Europeia de Nefrologia Pediátrica (ESPN), a Sociedade Ibero-Americana de Urologia Pediátrica (SIUP), as Sociedades de Urologia Pediátrica da América do Norte, ERIC (Associação de Caridade do Colo e Bexiga Infantil) e Bexiga & Bowel UK, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o problema, propôs a celebração do Dia Mundial da Enurese, que acontece na última terça-feira de cada maio, iniciativa que é apoiada pela Ferring Pharmaceuticals desde a sua criação.

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