Conheça o distúrbio que corta ou mata a libido das mulheres

Seis meses de desinteresse por sexo podem ser um indicador de que sofre desta disfunção sexual. Mas como saber se a sua falta de desejo é ou não uma patologia?

Conheça o distúrbio que corta ou mata a libido das mulheres

Um dia cansativo no trabalho, dores de cabeça, stress e alterações hormonais. Todos estes fatores podem afetar diretamente a libido, prejudicando a saúde sexual do casal. Mas, como saber se a sua falta de desejo sexual ou da companheira pode ser uma patologia? Seis meses ou mais de desinteresse por sexo pode ser um forte indicador de que sofre de Desejo Sexual Hipoativo (DSH).

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O que é o desejo sexual hipoativo que afeta a libido?

O desejo sexual hipoativo feminino é uma disfunção sexual da mulher. Genericamente pode ser definido como falta de desejo ou motivação espontânea (através de pensamentos ou fantasias), para iniciar ou participar da atividade sexual, mesmo com estímulo, de forma persistente ou recorrente, num contexto de vida normal, causando sofrimento pessoal.

O desejo sexual hipoativo feminino é a disfunção sexual feminina mais comum, que afeta a libido. Estima-se que tenha uma prevalência entre 8%-19%.  É mais frequente em idades mais avançadas e após a menopausa, particularmente na menopausa de causa cirúrgica. Outras disfunções sexuais femininas podem manifestam-se de outras formas, por exemplo por dor durante as relações sexuais (dispareunia) ou dificuldade em atingir orgasmo.

As disfunções sexuais femininas podem ter causas físicas, psicológicas, interpessoais ou serem multifatoriais. Interferem com as relações sexuais e têm impacto importante na qualidade de vida da mulher, como explica Dr. Carlos Fernandes, especialista em endocrinologia e sexologia no Hospital da Luz.

Fatores que podem influenciar o desejo sexual feminino

Alterações hormonais relacionadas com a menopausa;
Incontinência urinária;
Doenças da tiróide;
Aumento da prolactina;
Diabetes;
Problemas no relacionamento;
História de abusos sexuais;
Depressão;
Ansiedade.
Embora níveis baixos de testosterona tenham também sido associados ao desejo sexual hipoativo feminino, não existe um valor limiar abaixo do qual se possa prever que irá ocorrer este problema
Problemas sexuais do parceiro podem também influenciar o desejo sexual feminino.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de desejo sexual hipoativo impõe a realização de uma avaliação clínica completa, com a finalidade de identificar uma causa neurobiológica, interpessoal, psicológica ou uma combinação de vários fatores. É importante obter uma descrição detalhada do problema sexual, incluindo o seu início, duração e gravidade, bem como possíveis fatores que o desencadearam e mantêm. Frequentemente são necessários exames, como análises com determinação dos níveis hormonais (testosterona, prolactina, função tiroideia) e eventualmente exames de imagem.

A abordagem terapêutica do desejo sexual hipoativo depende das suas causas. Por isso, é definida uma abordagem individual de acordo com as causas associadas ao distúrbio. Pode incluir, por exemplo, terapêutica de reposição hormonal, acompanhamento em consulta de psicologia ou sexologia, terapia em consultas de casal, avaliação em consulta de ginecologia, entre outras possibilidades.

Por isso, o desejo sexual hipoativo feminino necessita frequentemente de uma equipa multidisciplinar, envolvendo médicos de várias especialidades – endocrinologistas, ginecologistas e urologistas – e psicólogos, com experiência em sexologia.

Foto: D.R.

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