Cristiano Ronaldo Recorda saída da Madeira e admite: “Não sei se seria capaz de…”

Num podcast da plataforma Whoop, Cristiano Ronaldo lembrou que a sua saída da Madeira, aos 11 anos, foi “a parte mais difícil” de toda a sua carreira. Aos 39, tem o filho mais velho a seguir-lhe as pisadas em campo, mas fora dele a conversa pode ser outra.

Cristiano Ronaldo cresceu e passou os primeiros 11 anos da sua vida na Madeira. Foi com esta idade que saiu da cidade do Funchal e se mudou para Lisboa, para iniciar a sua formação no Sporting Clube de Portugal. Sozinho.

Hoje, diz que, a nível profissional e depois de ultrapassados muitos obstáculos, essa foi “a parte mais difícil” de toda a sua carreira. “Foi difícil deixar a minha família, na Madeira, para perseguir o meu sonho em Lisboa”, admitiu, em conversa com Will Ahmed, CEO e fundador da plataforma Whoop, que quer ajudar os utilizadores a atingir o seu melhor nível físico e intelectual e com a qual o craque fez uma parceria.

O atual avançado do Al-Nassr vai mais longe e confessa não saber se teria a coragem que os seus pais, Dolores e José Aveiro, tiveram quando permitiram que ele saísse daquela ilha rumo ao continente. Ou seja, separar-se do filho mais velho, Cristianinho, de 13 anos, parece estar longe de acontecer. “Não sei se seria capaz de o deixar partir. E ele tem mais dois anos do que eu tinha na altura. Vai ser difícil”, desabafou. De notar que Cristiano Ronaldo Júnior tem seguido as pisadas do pai no que toca ao desporto-rei. Joga atualmente nos sub-13 do mesmo clube do craque madeirense, na Arábia Saudita.

Ronaldo enalteceu ainda o papel que o pai e a mãe tiveram na sua formação e na ajuda e no incentivo que recebeu deles, desde tenra idade, para concretizar o seu sonho de se tornar profissional. “Comecei a jogar muito jovem, em casa e na rua, com sete, oito, nove anos, com amigos. É onde tudo começa. Onde me começo a divertir. O futebol foi o meu primeiro amor”, lembrou. “O meu pai sempre insistiu comigo para eu seguir o meu sonho. Ele viu que eu tinha talento e incentivou-me a jogar na rua e na nossa equipa local, o Andorinha”, disse. 

Porém, frisa nunca ter pensado que se tornaria uma “superestrela”. “Mentiria se dissesse que sim. Nem quando já tinha 15 ou 16 anos… talvez depois, sim, a partir dos 18, começou a ser diferente”, explicou. O que se seguiu e lhe permitiu ser um futebolista reconhecido nos quatro cantos do Mundo foi um misto de talento e trabalho. “O talento sem trabalho não é nada. E o trabalho sem talento não é nada”

“Acho que ambos se misturam. É claro que tenho os dois. Não diria que tenho um mais do que o outro, porque, olhando para toda a minha carreira, nos últimos 20 anos, o meu nível foi elevado”, prosseguiu, alertando que “isso é muito difícil, não apenas no futebol como em tudo. Estar no topo durante 20 anos é inacreditável e é o que continuo a fazer. Para mim, é um grande feito. A minha maior motivação é continuar a desfrutar, a fazer as pessoas felizes, a fazer a minha família feliz”.

“Todos querem ser o Cristiano, mas fazê-lo é difícil”

A dedicação e, acima de tudo, a disciplina têm permitido que Cristiano se mantenha nas grandes competições. “Não é fácil estar a este nível, continuar a lutar e a motivar-me para continuar a marcar golos, a estar em boa forma, a competir com os jovens leões que chegam… Quando jogam contra mim, querem mostrar-me que são mais fortes e mais rápidos do que eu. Tenho de preparar-me muito bem, não apenas fisicamente, como também mentalmente”, assegurou, frisando que tem encarado estas condições como “um desafio”. “Se tratares bem o teu corpo, podes mantê-lo durante muitos e muitos anos. Este é o grande desafio, para mim, e é ótimo. Sinto-me orgulhoso disso, de, com esta idade, continuar a competir ao mais alto nível. É ótimo e dá-me motivação para continuar”, contou.

Depois de, em entrevista ao jornal espanhol Mundo Deportivo, ter revelado que não fala “depois das 22 horas, nem ao telefone” – “Gosto de dar descanso ao meu cérebro. Como jogador de futebol profissional, é preciso dedicação total. Não são só as duas horas de treino. Vivo por quem sou, pela minha carreira no futebol”, justificou –, o português frisou a Will Ahmed que “recuperar tão bem” dos jogos é um trabalho diário. “Dou-te a receita, mas consegues e estás disposto a fazê-lo? É o principal, porque todos querem ser o Cristiano, mas fazê-lo é difícil. A disciplina é o principal. (…) Pequenos detalhes fazem muita diferença. É claro que não gosto de ir ao ginásio todos os dias, ninguém gosta, mas tenho de o fazer.”

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Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Impala

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