Bruno de Carvalho: «Nunca menti»

O ex-presidente deu uma entrevista em que faz uma reflexão sobre as claques do Sporting e o comportamento destas que teve como principal foco a invasão à Academia Alcochete.

Bruno de Carvalho: «Nunca menti»

A longa entrevista de Bruno de Carvalho à apresentadora Cristina Ferreira continua dar que falar. Apesar deste primeiro já ser oficialmente impedido pela Comissão de Fiscalização do clube de se candidatar à presidência e ir a votos no próximo dia 8 de setembro, pois tem os seus direitos de sócio suspensos durante um ano, Bruno de Carvalho conta alguns pormenores do seu tempo como líder do clube de Alvalade.

«O Sporting é uma das grandes paixões da minha vida. Nunca menti»

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Bruno de Carvalho diz que não tem muitos exemplo na vida de “dizer uma coisa num dia e dizer outra no outro” e que os ataques em Alcochete foi algo que “saiu dos seus planos”, tal como sairia “de qualquer pessoa normal”. No entanto, Cristina Ferreira ainda voltou atrás nos acontecimentos e questionou Bruno de Carvalho os motivos de ter criticado os jogadores no Facebook.

“Eu não acho que aquele post tenha a gravidade que acabou por assumir. É um post que, se nós lermos, acaba por marcar todo este episódio” e disse que há outros presidentes de clubes que fazem o mesmo sobre os jogadores, tais como os do Benfica, FC Porto, Bayern de Munique e o atual líder leonino, Sousa Cintra.

Sobre a reação dos adeptos do Sporting: «Não instiguei nada»

Além disso, Bruno de Carvalho confirma novamente que fez parte das claques antes de ser presidente e explicou a relação entre ambas as partes. “A ligação é uma. Há um protocolo, que é de lei […] para evitar que aconteçam situações […] Há conversas diretas. Poucas, mas há”, refere e deixa logo de seguida uma observação: “Quando eu cheguei ao Sporting, as claques do clube eram conhecidas por ser violentas e fazer assaltos a bombas de gasolina. As claques não viram um bicho por causa de um assunto criminoso [..] Alcochete foi gravíssimo. Mas uma semana antes, mais uma vez, tinha sido morto um adepto do Sporting. Não houve nenhuma retaliação”.

Bruno de Carvalho: «Alcochete foi gravíssimo»

Cristina Ferreira pergunta ao ex-presidente qual foi a sua primeira reação quando soube dos ataques de 15 de maio. Bruno responde: “Queria ir imediatamente para lá”, mas “o dia começou com uma mentira de um assunto que seria denominado Cashball, que nos obrigou, a mim e ao team manager, a estar o dia todo no Sporting em reuniões”, referiu.

A primeira pessoa que informou Bruno de Carvalho da chegada de cerca de 50 homens encapuçados à Academia foi um funcionário do departamento de comunicação, cujo nome não é mencionado. Ao início, Bruno explica que foi indicado para que não fosse no momento para Alcochete. Chegado à Academia, apercebeu-se da dimensão dos acontecimentos.

Bruno de Carvalho refere que não sabia de nada sobre a invasão da Academia até ser alertado e chegar ao local, naquela tarde de 15 de maio. Jorge Jesus e o jogador Bruno Fernandes foram os primeiros a dirigirem-se ao então presidente e “não compreenderam. Não perceberam” os motivos da violência.

Depois, depois de várias interpelações, Bruno de Carvalho frisa que nunca esteve envolvido no ataque dos adeptos. Também não se considera ser alguém que motive a violência, apesar de descrever acontecimentos que marcou presença e motivaram agressões.

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Agora, fora do universo leonino, Bruno de Carvalho diz que este momento não é o único de tristeza no Sporting, lembrando outros acontecimentos que envolveram ferimentos e morte de pessoas. “Eu estava seis filas abaixo da pessoa que morreu no Jamor […] Assim, como estava à beira do estádio, a cinco metros das pessoas que caíram do varandim. Assim, como era presidente quando assassinaram um adepto junto ao Estádio do Sporting […] foi devido a uma liderança forte que não se foi pondo em causa”.

No final, deixa nova farpa a Sousa Cintra e à Comissão de Fiscalização que não reconhece legalidade: “Eu todos os dias passo ao lado do segundo maior jardim de Lisboa, porque vivo lá ao lado, que é a Quinta das Conchas. E não me considero jardineiro”.

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