Greta Thunberg em Lisboa: «Vamos fazer com que as vozes da população sejam ouvidas»

A ativista sueca referiu à chegada a Lisboa que vai continuar a lutar

Pelas 12h50, Greta Thunberg pisou solo português e atracou na doca de Santo Amaro, em Lisboa. A ativista sueca, que embarcou rumo à Europa a 13 de novembro, está da passagem por Portugal, antes de rumar a Madrid para a cimeira sobre as alterações climáticas – que teve início esta segunda-feira, 2 de dezembro.

À chegada, a jovem de 16 anos falou aos jornalistas e às dezenas de pessoas que estavam presentes. «É uma ótima sensação ser recebida assim. Obrigada a todos os que nos têm ajudado a tornar possíveis estas ações. Estou muito grata por ter feito esta viagem, pela experiência e é uma honra chegar a esta bela Lisboa.»

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«Depois de uma viagem como esta, de estar isolada três semanas num espaço tão limitado, com tão pouca coisa para fazer, sinto-me muito bem porque estava desconectada de tudo. Chegar a terra, é extremamente estimulante ser recebida assim. É extraordinário, mas os nossos cérebros ainda não estão habituados a ter tanta gente à volta». «É fantástico voltar à Europa, tenho estado numa aventura e sabe bem voltar. Eu e os outros ativistas pelo clima não vamos parar, vamos continuar a fazer tudo o que for possível. Vamos continuar a viajar e a garantir que os responsáveis põem esta luta em primeiro lugar. Em breve vamos à COP25 e vamos fazer com que as vozes da população sejam ouvidas»

«Não tenho muito mais a dizer, apenas que enfrentamos uma emergência climática e é necessário abordá-la de forma realista. Temos de enfrentá-la de forma a garantirmos um futuro para nós, os nossos filhos e netos. Cada uma tem de fazer a sua parte, para estar do lado certo. Espero que todos que aqui estão sejam ativos e comecem a lutar pelo vosso futuro», terminou, agradecendo aos presentes e a quem a acompanhou na viagem.

Marcelo Rebelo de Sousa não recebe ativista sueca

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou a chegada da jovem a Lisboa, mas assumiu que não irá cumprimentá-la à Doca de Alcântara por considerar que o ato poderia «ser considerado aproveitamento político».

No decorrer de uma visita à sede nacional do Banco Alimentar Contra a Fome, este fim de semana, o Presidente da República comentou: «O presidente da Câmara de Lisboa, e bem, vai recebê-la, tal como os deputados que patrocinam a sua vinda devem receber. Eu aí tenho uma posição mais discreta, que é de entender que é uma grande alegria tê-la entre nós, é um fator de mobilização de todos», afirmou.

O chefe de Estado revela que após bastante reflexão sentiu não ter o direito. Na véspera da cimeira de Madrid, o presidente da República salienta que as alterações climáticas são «um tema que interessa a toda a humanidade, não só aos mais jovens. O facto de um dos símbolos dos mais jovens estar entre nós é bom, mas tem de atravessar toda a sociedade.

Texto: Sílvia Abreu; Fotos: Nuno Moreira

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