Vítimas de abusos sexuais protestam contra vigília fúnebre de cardeal australiano

A Igreja Católica australiana realizou, em Sydney, uma vigília junto à câmara ardente do cardeal George Pell, acusado de pedofilia, apesar dos protestos de vítimas de abusos sexuais.

Vítimas de abusos sexuais protestam contra vigília fúnebre de cardeal australiano

No exterior da catedral St. Mary, em Sydney, onde decorre a vigília, manifestantes amarraram centenas de fitas nas grades em solidariedade com vítimas de abusos sexuais, fitas essas que foram repetidamente removidas por funcionários da catedral. A polícia australiana recorreu à justiça para tentar proibir um protesto de um grupo de defesa dos direitos da comunidade homossexual, marcado para o exterior da catedral na quinta-feira, dia do funeral. O vice-comissário David Hudson sublinhou que a polícia “não se opõe” ao protesto e “respeita o direito das pessoas de protestar e expressar as suas visões”, mas “uma série de aspetos” do protesto “apresentam um risco à segurança pública”.

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Pell, que morreu a 10 de janeiro em Roma aos 81 anos, desempenhava funções de secretário para a Economia, a terceira figura mais importante do Estado do Vaticano, quando em 2017 foi formalmente acusado de cinco agressões sexuais a dois menores, nos anos 1990. Considerado culpado em dezembro de 2018, Pell, que admitiu não ter feito o suficiente para proteger as vítimas de abusos sexuais por parte de clérigos australianos, foi condenado a seis anos de cadeia, pelos atos cometidos na igreja de St. Patrick quando era arcebispo de Melbourne, sendo a sentença confirmada em agosto de 2019.

George Pell admitiu não ter feito o suficiente para proteger as vítimas de abusos sexuais por parte de clérigos australianos

Ao fim de 400 dias na prisão, Pell saiu em liberdade em abril de 2020, quando o Tribunal Superior da Austrália, máxima instância judicial do país, reverteu a sentença. Os advogados que representam a acusação no processo que decorre na Austrália contra Pell, por danos psicológicos e alegados abusos sexuais, dos quais foi absolvido, disseram que vão manter os processos contra a Igreja Católica. Em agosto de 2022, o Tribunal Supremo da região australiano de Victoria recusou um pedido da Igreja Católica no sentido de “parar o processo”.

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