Mulheres sujeitas a testes de virgindade para entrarem na tropa

Mulheres são obrigadas a submeter-se a «testes de virgindade» para integrarem forças militares. Nações Unidas já condenaram prática.

Testes de virgindade parecem uma aberração aos nossos olhos mas são uma prática comum em países como a Indonésia. De acordo com um relatório revelado pela Human Rights Watch (HRW), organização não-governamental de defesa dos direitos humanos, as mulheres indonésias que pretendam entrar para as forças armadas são sujeitas a este tipo de «exame».

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Este tipo de «exame fisiológico» que, de acordo com as autoridades indonésias», tem por objetivo determinar a «saúde mental e moral» destas mulheres, foi denunciado pela primeira vez em 2014 mas o governo de Jacarta manteve-se passivo perante a situação.

O que são os «testes de virgindade»?

Estes exames físicos para determinar a «moralidade» das mulheres consistem, basicamente, numa análise manual do hímen, para verificar se este está ou não intacto. Várias mulheres sujeitas a este exame descrevem-no como o «teste dos dois dedos».

«O nosso grupo foi o último daquele dia. O staff médico já devia estar exausto… disseram-nos para nos sentarmos numa marquesa com estribos, daquelas que são usadas para partos. Uma médica fez o teste da virgindade… o ‘teste dos dois dedos’», relatou uma mulher à HRW.

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«Não quero recordar essa má experiência. Foi humilhante. Porque é que temos de tirar a roupa à frente de estranhos? Sim, era  médicas, mas eram pessoas desconhecidas. Foi discriminatório. E desnecessário. Acho que devia acabar», acrescentou a mesma mulher.

Uma prática que já foi publicamente condenada pelas Nações Unidas, que a considera uma forma de discriminação sexual e de degradação das mulheres e meninas sujeitas a esta prática.

Em 2015, quando estes relatos começaram a vir a público, o general Moeldoko, chefe máximo das forças armadas indonésios, reagiu desta forma às críticas aos «testes de virgindade»:

«Qual é o problema? É uma coisa boa, porque é que deve ser criticada?»

Na Indonésia, as mulheres casadas não podem candidatar-se ao exército e à polícia. Há também relatos de namoradas de militares que também são sujeitas a este exame.

«Teste da virgindade» não tem validade científica

O «teste de virgindade» ainda é uma prática bastante comum em países do Médio Oriente e do norte de África. Em 2014, um relatório da Organização Mundial de Saúde determinava que estes exames «não têm validade científica».

Este ano, um estudo publicado pela Universidade do Minnesota concluiu que «os testes de virgindade são uma forma de discriminação de género, bem como uma violação dos direitos fundamentais e, quando conduzidos sem consentimento, uma forma de abuso sexual».

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