Primeiro sinal de fumo do conclave esperado a partir das 19h00 desta quarta-feira

O primeiro sinal de fumo do conclave papal deverá sair da Capela Sistina a partir das 19:00 de quarta-feira (18:00 hora de Portugal continental), anunciou hoje o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.

Primeiro sinal de fumo do conclave esperado a partir das 19h00 desta quarta-feira

O conclave para a eleição do novo Papa terá início na quarta-feira no Vaticano – após a morte do Papa Francisco, em 21 de abril, com 133 cardeais eleitores de todo o mundo reunidos na Capela Sistina para escolher o 267.º pontífice da Igreja Católica.

Como será eleito o próximo papa e o que acontece no conclave

Após a morte do papa Francisco, as atenções voltam-se agora para a escolha do sucessor. O próximo papa será escolhido num conclave, palavra latina que significa “sala que pode ser trancada” ou, mais simplesmente, “sala fechada”, explica Mathew Schmalz, professor de Estudos Religiosos da Universidade da Sagrada Cruz.

Os membros do Colégio Cardinalício votarão de portas trancadas na Capela Sistina do Vaticano, famosa por pelos frescos no teto pintados por Miguel Ângelo. Distinguidos pelas vestes escarlates, os cardeais são escolhidos por cada papa para eleger os seguintes chefes da igreja católica. Um cardeal deve ter menos de 80 anos para poder votar no conclave. Dos 252 membros do Colégio Cardinalício, 138 são atualmente elegíveis para eleger o novo papa. “Como estudioso do catolicismo global, estou especialmente interessado em saber como este será o conclave mais diverso na história da Igreja Católica”, afirma Schmalz.

Durante séculos, o Colégio Cardinalício foi dominado por europeus – italianos, em particular. A primeira vez que um cardeal não europeu votou num conclave aconteceu apenas no século XX, quando o arcebispo de Baltimore, James Gibbons, votou na eleição papal de 1903. Atualmente, o Colégio Cardinalício conta com membros de mais de 90 países, dos quais Francisco nomeou quase 80%.

Quem são os principais candidatos a tornarem-se no novo Papa?

Normalmente realizado entre duas a três semanas após o funeral do papa, o conclave reúne o Colégio Cardinalício na Capela Sistina do Vaticano. Após oração, reflexão e votação secreta, devem alcançar a maioria de dois terços para escolher o próximo Bispo de Roma. Embora, em teoria, “qualquer católico batizado possa ser eleito”, nos últimos sete séculos a função coube a um cardeal. Mas “o resultado pode ser imprevisível – às mesmo a surpreender os próprios eleitores”, de acordo com Darius von Guttner Sporzynski, historiador da Universidade Católica Australiana.

O Cardeal Jorge Mario Bergoglio – que se tornou papa Francisco – “não estava entre os favoritos em 2013”. Mesmo assim, após cinco rondas de votação, emergiu como o principal candidato. Desta vez, “pode acontecer algo semelhante”, considera o historiador. Este conclave acontece “num momento de tensão e mudança dentro da Igreja”. “Francisco procurou descentralizar a autoridade do Vaticano, enfatizou o cuidado para com os pobres e o Planeta e tentou abrir o diálogo sobre questões sensíveis como a inclusão LGBTQIA+ e o abuso clerical. Os cardeais têm agora de decidir se continuam nesta direção ou se adotam um caminho mais tradicional.”

Há precedentes históricos a considerar. “Durante séculos, os italianos dominaram o papado. Dos 266 papas, 217 foram italianos. No entanto, este padrão alterou-se nas últimas décadas: Francisco era da Argentina, João Paulo II (1978–2005) da Polónia e Bento XVI (2005–2013) da Alemanha.” Sendo assim, quem são os principais candidatos a tornarem-se no novo Papa?

Papas desde o século XX foram quase sempre escolhidos entre os papabili

A exceção aos Papas eleitos entre os papabili – os cardeais fvoritos – foi João Paulo II. A análise é feita pelo jornal italiano La Stampa e pelo jornalista Gerard O’Connell, especialista em eleições papais e que identificou as votações do conclave que elegeu Francisco.

Este é o maior e mais diverso colégio cardinalício eleitoral da história da Igreja Católica e, como habitual, os media indicam os favoritos, listas que têm alguns nomes em comum, como os italianos Pietro Parolin, Matteo Zuppi e Pierbattista Pizzaballa ou o filipino Luís Antonio Tagle, o ganês Peter Turkson, o húngaro Peter Erdo, o mexicano Carlos Aguiar ou o francês Jean-Marc Aveline.

Nalgumas listas aparece também o nome do português Tolentino de Mendonça, prefeito do Dicastério da Educação e Cultura. A corrida está muito aberta e nunca a lista foi tão extensa, mas “há uma tradição de escolher nomes fortes” que “possam reunir consenso” entre os cardeais que chegam a Roma dos quatro cantos do mundo, refere Gerard O’Connell.

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