Notas concentram até 3 mil tipos de micróbios e muitos vêm da… vagina

Artista norte-americano expõe culturas bacterianas em notas para consciencializar sobre os processos biológicos e denunciar os conflitos mundiais.

O fato de uma bactéria consumir a figura da rainha da Inglaterra ou a do George Washington nas notas foi o que mais surpreendeu – e inspirou – Ken Rinaldo. O artista plástico norte-americano, de 62 anos, criou, apartir daí, a obra Borderless Bacteria / Colonialist Cash. Bactéria sem Fronteiras / Dinheiro Colonialista, em Português. A mostra está, desde sábado, 25 de janeiro, patente no Laboratório de Arte de Berlim. Mostra ao público um mundo invisível e desconhecido: a vida no interior de um rectângulo de papel manuseado diariamente.

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As notas concentram bactérias em número supreendente e constituem um privilegiado veículo de transmissão. estes micro-organismos podem viver vários dias, até mesmo semanas, fora do sistema biológico que as hospeda. Por exemplo, na pele. Ao instalarem-se numa nota, feita principalmente de algodão, os micro-organismos adaptam-se e encontram novos nutrientes que os ajudam a sobreviver.

Micróbios nas notas vêm «da pele, da boca e da vagina»

Um estudo realizado científico do Centro de Genoma e Biologia de Sistemas da Universidade de Nova Iorque – publicado em 2017 – demonstra que os dólares de um mesmo Banco de Manhattan «contêm 3 mil tipos de micróbios». A maioria «vem da pele, da boca e da vagina». O número fará sentido, já que o ser humano abriga 38 trilhões de bactérias, existem há 100 mil colónias por mililitro de urina infectada e metade do peso das fezes é de bactérias. Além disso, os indivíduos trocam entre si esses micro-organismos, geralmente inofensivos, diariamente, ao beijar, ao dar a mão, nos transportes públicos, ao abrir uma porta e, claro, ao usar dinheiro, principalmente em notas.

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Jane Cartlon, autora do estudo e diretora daquele centro científico, afirma que compreender a distribuição e as interações dos micróbios, componentes importantes do ecossistema, é fundamental para percebermos o funcionamento do Planeta, e não devemos alarmar-nos. Naturalmente, «as pessoas devem continuar a lavar as mãos com frequência». Só dessa forma podemos «evitar a transferência de organismos», avisa.

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