O animal que mata mais pessoas por ano entra-nos todos os dias em casa

De todas as criaturas existentes na Terra, um inseto é o responsável pela maioria das mortes humanas.

O animal que mata mais pessoas por ano entra-nos todos os dias em casa

O reino animal está cheio de armas mortais. Os dentes de um leão podem rasgar a carne com intensidade feroz, as cascavéis podem injetar toxinas na corrente sanguínea e os hipopótamos podem matar-nos com as suas mandíbulas poderosas. Estes são apenas alguns exemplos de criaturas assassinas. Mas qual é o animal que mata mais humanos? Espante-se: é o mosquito.

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De acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), o “animal mais mortal do mundo” é o mosquito, que, segundo algumas estimativas, mata de 500 mil a mais de um milhão de pessoas por ano. os mosquitos são transmissores de doenças, principalmente da malária, que “tem  sido persistentemente devastadora para as populações humanas há muito tempo”, diz Shannon LaDeau, ecologista de doenças do Cary Institute of Ecosystem Studies em Millbrook, Nova Iorque, citada pela revista especializada Live Science.

A malária é causada por organismos parasitas unicelulares do género Plasmodium, transmitidos de pessoa para pessoa por mosquitos Anopheles. Embora a doença seja rara na América do Norte e na Europa, é comum em partes de África, sul da Ásia e América do Sul, de acordo com o Our World in Data. Em todo o mundo, a malária causou cerca de 619 mil mortes em 2021, notifica a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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A doença é muitas vezes tratável com cuidados de saúde acessíveis. Mas para pessoas de alto risco – como crianças pequenas, grávidas e pessoas com deficiências imunológicas, como HIV/AIDS – a malária pode ser bastante grave. Segundo a OMS, cerca de 80% de todas as mortes por malária na África ocorreram em crianças menores de 5 anos.

As outras doenças que este assassino em série transmite aos humanos

mosquito
“Não podemos separar-nos totalmente do habitat de que eles também precisam”, diz especialista

Os mosquitos também espalham uma série de outras doenças, incluindo dengue, chikungunya, vírus do Nilo Ocidental, vírus Zika e a infeção parasitária filariose linfática. Os mosquitos são de facto extremamente eficazes na propagação de doenças. Por um lado, porque as fêmeas alimentam-se de sangue, o que significa que transferem facilmente patógenos da corrente sanguínea de uma pessoa para outra, observa LaDeau. Também são pequenos e esguios, o que significa que podem espalhar-se facilmente e picar as vítimas sem serem notados.

Por outro lado, partilharmos o mesmo ecossistema e os mesmos recursos. Os mosquitos dependem da água para reproduzir-se, assim como os humanos dependem da água para viver. O que significa que tendemos a viver nos mesmos locais. “Não podemos separar-nos totalmente do habitat de que eles também precisam”, nota LaDeau.

Como reduzir o perigo de infeção

Mesmo assim, existem formas de reduzir o risco de doenças transmitidas pelo mosquito. Mesmo pequenas atualizações de infraestrutura podem fazer uma grande diferença, observa LaDeau. Por exemplo, redes nas janelas podem ajudar a manter os mosquitos fora de casa e a canalização mantém a água selada, para que não fique a céu aberto.

Estas comodidades são parte do motivo pelo qual a malária não é generalizada em muitas partes do mundo com melhores infraestruturas. Em áreas sem estas estruturas, os mosquiteiros podem ajudar a manter os insetos longe das camas dos humanos. Estas medidas de prevenção também podem proteger contra outras doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, que mata dezenas de milhares de pessoas a cada ano. Até porque os esforços de saúde pública contra doenças transmitidas por mosquitos estão a enfrentar uma batalha difícil devido às mudanças climáticas.

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À medida que o planeta aquece, estas doenças “podem começar a espalhar-se para novas áreas, se os ambientes locais começarem a tornar-se mais hospitaleiros para estes patógenos e os mosquitos que os transmitem”, adverte no Live Science Andy MacDonald, ecologista especializado em doenças da Universidade da Califórnia, Santa Bárbara.

Só um outro animal luta com o mosquito pelo título de mais mortífero para o Homem

Os mosquitos, contudo, não são os únicos animais extremamente mortais no nosso planeta. As cobras matam entre 81 mil e 138 mil pessoas todos os anos, de acordo com a OMS, e são um dos animais mais mortais para os humanos. A raiva, doença transmitida pela mordidela de um mamífero infetado (muitas vezes um cão), mata cerca de 59 mil pessoas todos os anos, informa a OMS.

Outros animais, como caracóis de água doce e insetos assassinos, também espalham doenças potencialmente mortais para humanos. Entre elas, esquistossomose e doença de Chagas, que matam milhares de pessoas todos os anos. Há apenas um animal que rivaliza com o mosquito pelo título de mais mortal para os humanos. As Nações Unidas estimam que homicídios e conflitos armados mataram cerca de 553 mil pessoas em 2017 – tornando o humano numa das criaturas mais mortais da Terra.

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