Moçambique defende fortalecimento de parcerias entre organizações regionais e ONU

Moçambique incentivou hoje o fortalecimento das parcerias e da cooperação entre organizações regionais e o sistema das Nações Unidas (ONU), particularmente para a identificação precoce de riscos de conflitos.

Moçambique defende fortalecimento de parcerias entre organizações regionais e ONU

Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU em formato ‘arria-fórmula’, intitulada “construção e sustentação da paz através de abordagens abrangentes: investimento nas pessoas, incluindo o empoderamento das mulheres”, Moçambique considerou “fundamental” a combinação de esforços regionais e internacionais para o sucesso de iniciativas de construção da paz.

“Além de responderem às necessidades imediatas de segurança humana, as organizações regionais também podem ajudar na promoção do crescimento económico sustentável e do desenvolvimento socioeconómico, através da integração económica, da boa governação e de iniciativas de paz e segurança”, argumentou o representante adjunto de Moçambique junto da ONU, Domingos Fernandes.

De acordo com o diplomata, uma construção bem-sucedida da paz inclui o desarmamento, a desmobilização e a reintegração dos antigos combatentes e a satisfação das necessidades das pessoas deslocadas e repatriadas, num movimento que deve ser combinado com o desenvolvimento económico, a reconstrução social e a construção de confiança entre as partes.

O embaixador deu o próprio exemplo de Moçambique, onde o apoio da ONU aos esforços nacionais de construção da paz, em 1992, “foi fundamental para monitorizar e apoiar um cessar-fogo, a desmobilização de forças e a realização de eleições nacionais”.

“Os esforços de construção da paz em Moçambique também beneficiaram do apoio internacional. Mais recentemente, o enviado pessoal do secretário-geral da ONU para Moçambique, embaixador Mirko Manzoni, prestou bons ofícios, facilitou o diálogo para a assinatura – e subsequente implementação bem-sucedida – do Acordo de Paz de Maputo, resultando no desarmamento e desmobilização de mais de 5.000 ex-combatentes”, deu ainda como exemplo o diplomata.

“Garantir a apropriação nacional nos esforços de construção da paz é imperativo e a solução deve basear-se na realidade no terreno”, frisou.

Domingos Fernandes ressaltou ainda que a realização de atividades de construção e manutenção da paz exige recursos financeiros, destacando a “importância de um financiamento adequado e previsível para a consolidação da paz e a prevenção de conflitos”.

A reunião de hoje foi convocada pela Guiana, pelo Japão e por Moçambique, e focou-se na importância de abordagens abrangentes na resposta a riscos transnacionais interligados para a paz e segurança, incluindo pobreza, insegurança alimentar e energética, alterações climáticas, pandemias, todas as formas de violência, discriminação e desigualdades de género.

 

MYMM // RBF

By Impala News / Lusa

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