Grupo armado conquista passagem na fronteira entre Myanmar e China – Media

Um grupo étnico armado do nordeste de Myanmar (antiga Birmânia) tomou um importante ponto de passagem para o comércio ao longo da fronteira com a China, disseram residentes e meios de comunicação social

Grupo armado conquista passagem na fronteira entre Myanmar e China - Media

A passagem fronteiriça no município de Laukkaing, capital da Zona Autoadministrada de Kokang, na parte norte do estado de Shan, tornou-se na quinta passagem tomada pelo Exército da Aliança Democrática Nacional de Myanmar (MNDAA), na segunda-feira, acrescentaram as mesmas fontes na terça-feira.

O MNDAA juntou-se ao Exército de Libertação Nacional de Ta’ang e ao Exército Arakan para lançar uma ofensiva, a 27 de outubro. Os três grupos autodenominam-se Aliança das Três Irmandades.

Grupo militar da minoria Kokang, o MNDAA está a tentar expulsar do poder na cidade um grupo Kokang rival, apoiado pela junta militar de Myanmar.

Laukkaing é conhecida por albergar grandes empresas do crime organizado, incluindo operações de cibercrime controladas por investidores chineses em cooperação com senhores da guerra locais de Myanmar, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP).

Nas últimas semanas, o governo chinês iniciou uma ação contra estas operações e milhares de pessoas envolvidas foram repatriadas para a China. Muitas das pessoas empregadas foram enganadas para trabalhar no local e depois detidas contra vontade.

A AP contactou representantes do MNDAA para confirmar os relatos, mas não obteve resposta.

Os ataques da aliança desde outubro representam um desafio para o governo militar de Myanmar, que tem lutado para conter a revolta da Força de Defesa Popular, grupo armado pró-democracia criado depois de o exército ter tomado o poder do governo eleito de Aung San Suu Kyi em fevereiro de 2021.

A aliança reivindicou várias vitórias, incluindo a tomada de mais de 200 postos militares e quatro pontos de passagem fronteiriça que controlam o comércio crucial com a China. A aliança afirmou ter matado centenas de soldados do exército de Myanmar.

A China apelou para um cessar-fogo, na sequência da escalada dos combates junto à fronteira. Pequim também mediou conversações de paz entre os militares e a aliança e anunciou, em 14 de dezembro, que as duas partes tinham chegado a um acordo sobre um cessar-fogo.

No entanto, os combates prosseguiram em pelo menos cinco municípios na parte norte de Shan. O Exército de Libertação Nacional de Ta’ang afirmou ter capturado duas dessas cidades.

Kokang, um grupo de comunicação social online apoiado pelo MNDAA, tinha indicado na rede social Facebook que os combates naquela região recomeçaram na terça-feira, depois de os militares terem efetuado ataques aéreos contra postos avançados do MNDAA.

Residentes de Laukkaing também disseram à AP que os combates entre o exército e o MNDAA começaram na cidade, enquanto aviões militares bombardearam em partes da cidade na terça-feira.

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By Impala News / Lusa

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