O Paquistão é um país marcado pela distinta gastronomia, pelas paisagens naturais e também pela arquitetura histórica. Porém, há um fenómeno impossível de passar despercebido aos turistas: as crianças-rato. Também conhecidos como ratos de Shah Dola, são indivíduos que sofrem de microcefalia – uma malformação congénita em que a cabeça dos recém-nascidos é menor comparada com a de bebés do mesmo sexo e idade – e que andam pelas ruas a pedir esmola. Estima-se que existam cerca de 10 mil no Paquistão. Normalmente estão sempre acompanhadas por outra pessoa que apela à caridade dos visitantes.

Por mais que muitas vezes sejam vistos em situações miseráveis, de acordo com as crenças locais são vistos como símbolos de sacrifício pela fertilidade. Segundo os mitos da cultura paquistanesa, Shah Dola, divindade próxima de Alá, abençoa a mulher estéril com a fertilidade a partir de um processo no qual ela irá gestar um bebé primogénito deficiente que deve ser entregue ao santuário de Shah Dola, em Gujrat, e deixada aos cuidados de sacerdotes para o resto da vida.

Relatos de microcefalia artificial chocam

No entanto, há relatos de que as crianças entregues ao santuário são submetidas a microcefalia artificial. Tal consiste na colocação de uma faixa de ferro na cabeça para impedir o crescimento normal do crânio. Além disso, há ainda uma máfia que explora estas pessoas. Apesar de estarem quase sempre acompanhados, raramente quem os acompanha tem realmente boas intenções. Estas crianças e adultos são explorados por chulos que os obrigam a pedir dinheiro nos centros urbanos para depois lhes entregarem. Estes indivíduos, guiam-nos em multidões, pedem ajuda enquanto se fazem passar por familiares ou cuidadores.

Foto: Reprodução YouTube

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