Autoridades mexicanas anunciam homicídio do oitavo jornalista este ano

O jornalista Armando Linares, diretor do portal de notícias Monitor Michoacán, foi assassinado a tiro, na terça-feira, no estado de Michoacán, anunciou o procurador local

Autoridades mexicanas anunciam homicídio do oitavo jornalista este ano

O jornalista Armando Linares, diretor do portal de notícias Monitor Michoacán, foi assassinado a tiro, na terça-feira, no estado de Michoacán, no oeste do México, anunciou o procurador local. Esta morte eleva para oito o número de jornalistas assassinados no país, este ano. O procurador do estado de Michoacán, região marcada por anos de violência ligada aos cartéis de droga, indicou num comunicado que o jornalista foi morto na tarde de terça-feira, perto de casa. Em 31 de janeiro, no mesmo município de Zitácuaro, o jornalista Roberto Toledo, que colaborava com Armando Linares, foi morto a tiro. Num crime que ainda não foi esclarecido.

LEIA AINDA
Serviços secretos dos EUA avisam que Putin quer invadir outros países e não só a Ucrânia 

A organização não governamental (ONG) internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) escreveu, na rede social Twitter, que “o pesadelo continua para a imprensa” no México. “A RSF está a documentar os factos. E pede uma investigação exemplar do Ministério Público”, acrescentou. Segundo órgãos de comunicação social locais, Armando Linares tinha denunciado ameaças de morte. Entretanto, o Ministério Público mexicano anunciou ter detido, na terça-feira à noite, o presumível assassino do jornalista Juan Carlos Muñiz. Morto no dia 4 deste março, em Fresnillo, no estado de Zacatecas, no norte. No âmbito de uma “investigação por homicídio”.

Desde 2000 até agora, a ONG de defesa dos direitos humanos Artigo 19 documentou 151 assassínios de jornalistas no México. Possivelmente relacionados com a atividade profissional. Destes, 47 foram registados durante o mandato do anterior Presidente, Enrique Peña Nieto (2012-2018). E pelo menos 30 no do atual chefe de Estado, Andrés Manuel López Obrador (2018-2024). Na semana passada, o Parlamento Europeu (PE) condenou ameaças, assédio e homicídios de jornalistas e defensores dos direitos humanos no México. E pediu uma investigação “rápida, exaustiva, independente e imparcial” destes crimes. Em resposta, o Governo mexicano acusou o PE de se juntar à “estratégia de golpe de Estado” da oposição. Exigindo aos eurodeputados que abandonem “a mania de interferência disfarçada de boas intenções”.

Impala Instagram


RELACIONADOS