“Virtual unanimidade” no G20 sobre necessidade de dois estados de Israel e Palestina

Os países das 20 maiores economias do mundo apoiaram hoje com “virtual unanimidade” a necessidade da existência de dois Estados, Israel e Palestina, para o fim da guerra, disse o ministro das Relações Exteriores brasileiro.

Num discurso de balanço dos dois dias de reuniões dos chefes de diplomacia do G20 na cidade brasileira do Rio de Janeiro, Mauro Vieira, o anfitrião, afirmou ter havido “virtual unanimidade no apoio à solução de dois Estados como sendo a única solução possível para o conflito entre Israel e Palestina”.

No seu discurso, onde não especificou a falta de unanimidade, afirmou que um “grande número de países, de todas as regiões, expressou a preocupação com o conflito na Palestina, destacando o risco de alastramento aos países vizinhos”.

Ainda sobre esta matéria, disse, vários diplomatas exigiram “a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas”.

Na sessão de quarta-feira, o primeiro de dois dias de reuniões, as 45 delegações presentes incluindo membros do G20, convidados e organizações internacionais discutiram os atuais conflitos internacionais, nomeadamente em Gaza e na Ucrânia.

“Vários países reiteraram a sua condenação da guerra na Ucrânia, como tem acontecido desde 2022 após o início do conflito”, afirmou o ministro brasileiro.

Fazendo um balanço dos dois dias, Mauro Vieira afirmou que os países do G20 concordaram hoje de forma unânime sobre a necessidade de reformar as organizações internacionais, disse o ministro das Relações Exteriores do Brasil.

Esta questão foi o foco central das discussões no segundo e último dia do encontro que reuniu os chefes da diplomacia das 20 maiores economias do mundo.

“Todos concordaram quanto ao facto de que as principais instituições multilaterais – ONU, Organização Mundial do Comércio, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, entre outras – precisam de reforma para se adaptarem aos desafios do mundo atual”, afirmou Mauro Viera.

O Brasil, que assumiu a presidência do G20 a 01 de dezembro de 2023, foi o anfitrião do encontro que reuniu os máximos responsáveis diplomáticos das 20 maiores economias do mundo, como o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, o chanceler russo, Sergei Lavrov, mas também o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e e Vice-Presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell, os responsáveis da União Africana, autoridades dos países convidados da presidência brasileira, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e representantes de doze organizações internacionais.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, marcou igualmente presença a convite do Brasil, assim como Angola, que se faz representar pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano.

As prioridades da presidência brasileira para o seu mandato à frente do G20 são o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, o desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, nomeadamente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, algo que tem vindo a ser defendido por Lula da Silva desde que tomou posse como Presidente do Brasil, denunciando o défice de representatividade e legitimidade das principais organizações internacionais.

O Brasil, que exerce a presidência do G20 desde o primeiro dia de dezembro de 2023, convidou Portugal, Angola, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Nigéria, Noruega e Singapura para observadores da organização.

 

MIM // CC

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By Impala News / Lusa

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