UE dá fundos de emergência para manter Rádio Europa Livre após cortes dos EUA
A União Europeia (UE) vai dar fundos de emergência para manter a Rádio Europa Livre no ar, depois do Governo dos Estados Unidos ter cortado o financiamento à organização de difusão

A chefe da política externa da UE disse que os ministros dos Negócios Estrangeiros do bloco aprovaram na terça-feira um contrato de 5,5 milhões de euros para “apoiar o trabalho vital da Rádio Europa Livre”.
O “financiamento de emergência de curto prazo” é uma “rede de segurança” para o jornalismo independente, considerou Kaja Kallas.
A Rádio Europa Livre foi criada durante a Guerra Fria para transmitir notícias para a Europa de Leste, mas atualmente transmite programas em 27 línguas em 23 países, incluindo na Ásia Central e Médio Oriente.
Kallas afirmou que a UE não conseguirá colmatar a lacuna de financiamento da organização em todo o mundo, mas pode ajudar a emissora a “trabalhar e a funcionar nos países que estão na nossa vizinhança e que estão muito dependentes das notícias vindas de fora”.
A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança disse que espera que os 27 países-membros da UE também disponibilizem mais fundos para ajudar a Rádio Europa Livre a longo prazo.
Kallas disse que o bloco está à procura de “áreas estratégicas” onde possa ajudar, uma vez que os Estados Unidos estão a cortar a ajuda externa.
A sede administrativa da Rádio Europa Livre é em Washington, mas a base de trabalho dos jornalistas da organização é na República Checa, país que tem liderado a iniciativa da UE para encontrar fundos.
Em abril, um juiz federal dos Estados Unidos ordenou a entrega pela Administração Trump à Rádio Europa Livre de 12 milhões de dólares (10,6 milhões de euros) em fundos que foram atribuídos pelo Parlamento norte-americano.
Os advogados da organização, que opera há 75 anos, disseram que a Rádio Europa Livre será forçada a fechar em junho, caso não receba esses fundos.
A Administração do Presidente Donald Trump retirou o financiamento da Rádio Europa Livre, acusando-a de promover uma agenda noticiosa com um pendor liberal.
Em 02 de maio, Kallas falou da “pressão exercida sobre muitos outros meios de comunicação social em todo o mundo” e dos “riscos que os meios de comunicação social livres e independentes enfrentam em 2025”.
A propósito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a chefe da política externa da UE deu como exemplo a Rádio Europa Livre.
Em março, Kallas recordou a influência que a organização teve sobre ela mesma, enquanto crescia na Estónia, que então fazia parte da União Soviética.
“Vinda do outro lado da Cortina de Ferro, foi na verdade [da] rádio que obtivemos muitas informações”, disse. “Portanto, tem sido um farol da democracia, muito valioso nesse sentido”, acrescentou.
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By Impala News / Lusa
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