Ucrânia: Bruxelas propõe aos líderes mais 500 ME em armas para exército ucraniano

Josep Borrell revelou hoje que propôs aos chefes de Estado e de Governo, reunidos em França, duplicar o financiamento de armamento para a Ucrânia, com 500 milhões de euros suplementares.

Ucrânia: Bruxelas propõe aos líderes mais 500 ME em armas para exército ucraniano

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa revelou hoje que propôs aos chefes de Estado e de Governo, reunidos em Versalhes, França, duplicar o financiamento de armamento para a Ucrânia, com 500 milhões de euros suplementares. À chegada ao Palácio de Versalhes para o segundo dia de trabalhos da cimeira informal que reúne os líderes dos 27, Josep Borrell anunciou que propôs “mais 500 milhões de euros de contribuição para o apoio militar à Ucrânia”, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz. Elevando assim para 1.000 milhões de euros o financiamento pela União Europeia (UE) de aquisição e fornecimento de armas para apoiar as Forças Armadas ucranianas a combater a invasão russa.

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“Fiz a proposta de duplicar a nossa contribuição. E estou certo de que os líderes vão aprovar este dinheiro”, declarou Borrell. Acrescentando que “todos estão conscientes de que é necessário aumentar o apoio militar à Ucrânia. E colocar mais pressão sobre a Rússia”. Confiante de que os chefes de Estado e de Governo dos 27 vão dar o seu aval político à proposta, o chefe da diplomacia europeia comentou que, uma vez dada a ‘luz verde’, o financiamento para a aquisição e fornecimento de armas “vai ser imediato. Pois agora tudo flui rapidamente”. Em 27 de fevereiro, ao quarto dia da operação militar lançada pela Rússia na Ucrânia, a UE aprovou a inédita decisão de financiar o fornecimento de armamento a um país terceiro. Aprovando um pacote de 450 milhões para a aquisição de armas letais. Mais 50 milhões para material não letal. Designadamente combustível e equipamento de proteção.

A contribuição portuguesa para esse primeiro pacote de 500 milhões rondasse os “8 a 10 milhões de euros”

Na altura, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, estimou que a contribuição portuguesa para esse primeiro pacote de 500 milhões rondasse os “8 a 10 milhões de euros”. Na quinta-feira, à chegada à cimeira informal de Versalhes, dominada inevitavelmente pela guerra na Ucrânia e consequências para a UE, Borrell comentou que a Rússia está a “fazer a guerra” na Ucrânia “como o fez na Síria e na Chechénia”. A “bombardear indiscriminadamente”, fazendo muitas vítimas civis e a “destruir um país”. “Todos podem ver pela televisão o que se está a passar. Os russos estão a bombardear indiscriminadamente as cidades ucranianas. [A provocar] centenas de vítimas civis, mais de dois milhões de refugiados. A Rússia está a fazer a guerra da forma que a pratica. Tal como o fizeram na Síria e na Chechénia: a bombardear e destruir um país”, disse.

“Putin acreditou que ia conquistar a Ucrânia, e falhou”

Segundo o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, os 27 devem “trabalhar em duas direções”. Por um lado, sustentou, há que “continuar a colocar pressão sobre a Rússia para parar esta guerra louca. Para parar de matar civis, através da ação diplomática e também de sanções”. Por outro, aumentando “a resiliência da União Europeia”, designadamente através da independência energética e do reforço das capacidades de defesa. Borrell disse acreditar numa cimeira produtiva. Até porque, garantiu nunca ter visto “os Estados-membros tão unidos”.

“[Vladimir] Putin acreditou que ia conquistar a Ucrânia, e falhou. Pensou que ia dividir-nos, e falhou. Pensou que ia enfraquecer a relação transatlântica, e falhou. Agora tem de pôr fim à guerra”, concluiu. Os chefes de Estado e de Governo da UE, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, iniciaram quinta-feira à tarde, em Versalhes, França, uma cimeira de dois dias originalmente consagrada à economia. Mas que acabou por estar focada em questões de defesa, por força da ofensiva russa na Ucrânia.

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