Taiwan quer representação de Portugal em Taipé

O representante de Taiwan em Portugal, Chang Tsu-che, defendeu à Lusa a abertura de uma representação de Portugal em Taipé, que impulsionaria negócios e intercâmbios bilaterais, aproveitando oportunidades no Turismo e ligações aéreas.

Taiwan quer representação de Portugal em Taipé

Em entrevista à agência Lusa acerca das eleições presidenciais e parlamentares de sábado em Taiwan, Chang Tsu-che notou que Inglaterra, Alemanha, França, Espanha e Itália, os países europeus com mais relações comerciais com o território, têm em comum o facto de terem uma representação ou escritório em Taipé.

“Um acordo bilateral entre duas representações pode facilitar mais negócios”, porque os empresários precisam de um sistema de proteção, além de resposta a questões sobre impostos e taxas duplicados.

O responsável argumentou que “se há uma companhia internacional que quer expandir o negócio (para Portugal) e percebe que tem de passar meses para conseguir uma carta de condução e tem a questão de impostos e outras questões, vai para um país mais amigável”.

Chang Tsu-che relatou um episódio recente com um restaurante de luxo de Taiwan, que perante a ausência de uma certidão para fechar o acordo de exportação com um fornecedor de carne português, acabou por fazer o negócio com Espanha.

Uma representação, disse Chang, permitiria trabalhar conjuntamente para “resolver todos estes problemas”.

O diplomata sublinha as semelhanças entre Portugal e Taiwan, como o perfil de ambos os países serem origem de emigrantes e partilharem valores democráticos e em relação a direitos humanos.

“Apoiamos também a Ucrânia (na guerra com a Rússia)”, sublinhou.

“Não podemos fazer muito porque não temos relação diplomática, mas se tivermos um canal, podemos fazer muitas coisas”, referiu Chang, notando a vantagem de alguém em Taipé que pudesse autenticar documentos e agilizar processos, em vez de se ter de passar por Macau.

Para o responsável, Portugal também deveria apostar em promover-se ao nível do turismo no território, porque dos 24 milhões de habitantes, 17 milhões viajaram pelo mundo e “pouca gente chega” às fronteiras portuguesas, referindo a possibilidade de encaixe de receitas também através de um voo que ligue Portugal, Taipé e Macau.

Recordando a ligação de Taiwan com Portugal desde o século XVI, quando os navegadores nacionais que por ali passaram decidiram chamar ao território Formosa, Chang argumenta ser altura de os portugueses redescobrirem a ilha.

*** Paula Lagarto (texto) e Manuel de Almeida (fotos) ***

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By Impala News / Lusa

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