Socialista Rosário Gambôa concorda com “pacto de regime alargado” sobre os media

A deputada socialista Rosário Gambôa disse hoje concordar com a necessidade de um “pacto de regime alargado” sobre os media, defendido pelo Presidente da República na sexta-feira, por ser um alicerce fundamental da democracia.

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Rosário Gambôa falava aos jornalistas no final da audição parlamentar do ex-presidente executivo da Global Media Group (GMG) Marco Galinha.

Instada a comentar as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que defendeu que “este é o momento” de chegar a “entendimento de regime” sobre os media, a deputada concordou que isso tem de ser feito.

“Entendo que estas questões precisam sempre de um pacto de regime alargado, são questões transversais e muito importantes”, salientou Rosário Gambôa.

Isto porque “estamos a falar daquilo que são os alicerces fundamentais da democracia, a liberdade de imprensa, a liberdade dos jornalistas”, prosseguiu.

Por isso, “estamos de acordo com as afirmações do senhor Presidente da República”, acrescentou, salientando que neste momento, em que o Governo vai ficar demissionário, será difícil uma concertação formal.

No entanto, destacou, “tem havido uma atitude na generalidade [dos partidos], independentemente das posições ideológicas, muito firme da parte da Assembleia da República” no que diz respeito aos media, nomeadamente com a situação que atravessa a GMG.

Aliás, o PS meteu um requerimento “chamando a atenção para a exigência, uma vez que vamos ser dissolvidos, de existir a transcrição por escrito de todas estas audições” da GMG para que os grupos parlamentares possam continuar a trabalhar sobre devidamente sobre o tema, referiu.

“Este é o momento”, numa altura em que vai decorrer o Congresso dos Jornalistas, “de chegar a entendimentos de regime sobre esta matéria”, afirmou na sexta-feira o chefe de Estado, na cerimónia da 38.ª edição de entrega dos Prémios Gazeta, que decorreu nos Paços do Concelho, em Lisboa, num evento em que a situação que atravessam os jornalistas da GMG esteve presente nos discursos dos premiados.

Isto porque “repetem-se os diagnósticos, a situação piora, vai piorando, depois é rigorosamente irrecuperável”, prosseguiu o Presidente da República.

“Estou realista e o realismo impõe que não se demore mais tempo, que não se encontre solução no 42.º ou 44.º” Prémios Gazeta, “que é capaz de já ser tarde”, em que “pelo meio ficaram não sei quantos jornalistas, não sei quantas famílias de jornalistas, não sei quantos órgãos de informação, não sei quantas formas de escrutínio essenciais para a democracia”, reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

Apontou que o Congresso dos Jornalistas anterior “foi o primeiro sinal de alarme” e que neste 5.º Congresso, que decorre entre 18 e 21 de janeiro, “isto não está mal, está muito mal”.

E “é um risco para a democracia como é um risco não se perceber que um sistema democrático jovem pode parecer-se aceleradamente com sistemas envelhecidos”, acrescentou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa é preciso encontrar fórmulas de modo transversal para viabilizar “aquilo que é fundamental para a democracia”.

“É fundamental olhar enquanto é tempo e para o ano nos encontremos sem estes despedimentos, sem estes não pagamentos de salários, sem esta indefinição em que ninguém é responsável, não é o proprietário, não é o gestor, não é o financiador, não é ninguém com responsabilidades administrativas, morreu solteira a culpa”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Às tantas só falta dizer [que] os responsáveis são os jornalistas. Para que quiseram ser jornalistas e escolheram a porta errada”, rematou.

ALU // EA

By Impala News / Lusa

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