Rui Rio defende que António Costa deveria ter cumprido mandato no Governo até ao fim

O antigo líder do PSD, Rui Rio defendeu hoje em Vila Nova de Gaia que o ex-primeiro-ministro António Costa devia ter cumprido o seu mandato até ao fim e não ceder ao comunicado da Procuradoria-Geral da República.

Rui Rio defende que António Costa deveria ter cumprido mandato no Governo até ao fim

Falando sobre o que caracterizou de “interferência na vida política nacional” da justiça, Rui Rio afirmou que isso começa a acontecer em Portugal antes de recordar a “queda do Governo de maioria absoluta [de António Costa], eleito democraticamente”.

“Está aqui na vossa presença o que foi derrotado nessas eleições democraticamente e que respeita o resultado eleitoral, e acho que o Governo deveria ter ido até ao fim e não, por interferência da justiça, cair. Ganhou as eleições, tem esse direito, o derrotado fui eu. Devemos defender os princípios democráticos se queremos celebrar os 50 anos do 25 de Abril e ter um estado de direito democrático” afirmou.

Na intervenção na apresentação a norte do livro “Pela Reforma da Justiça — O grupo do Manifesto dos 50”, Rui Rio considerou depois que o erro foi repetido no Governo Regional da Madeira.

“Não estou a dizer que não deva ser feita [uma investigação] quando há razões para isso”, sublinhou o antigo político social-democrata.

E prosseguiu: “e agora temos uma novidade adicional que é atuar em cima de campanhas eleitorais, com a figura da averiguação preventiva e, como há um candidato a primeiro-ministro com uma averiguação preventiva, arranjaram outra para outro candidato ao cargo. Isto não é aceitável num estado de direito democrático”.

Voltando a António Costa, Rui Rio considerou que a sua nomeação para a presidência do Conselho Europeu “é uma humilhação para a justiça portuguesa”, acrescentando que a “maioria dos líderes dos países que formam a União Europeia disseram ao sistema judicial português que ‘façam lá a investigações que quiserem, para nós isso conta zero'”.

“Isto é uma derrota para o Ministério Público, mas também para o país, porque um país não se pode orgulhar de ter um sistema de justiça que não é reconhecido devidamente lá fora (…), mas isso também não é abonatório para António Costa [que enquanto primeiro-ministro] teve oportunidade de fazer alguma coisa e também não o fez”, disse.

JFO // JPS

By Impala News / Lusa

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