Qatar rejeita acusações de Israel face a negociações sobre Gaza

O Qatar condenou as acusações de Israel, que instou o país, um dos mediadores das negociações indiretas com o grupo islamita palestiniano Hamas, a “parar o jogo duplo” em relação aos reféns detidos na Faixa de Gaza

Qatar rejeita acusações de Israel face a negociações sobre Gaza

“O Estado do Qatar rejeita firmemente as declarações inflamadas feitas pelo Gabinete do Primeiro-Ministro [israelita], disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.

As acusações de Benjamin Netanyahu “são contrárias às regras mais básicas de responsabilidade política e moral”, escreveu Majed al-Ansari, na rede social X.

“Chegou o momento de o Qatar parar o jogo duplo com a sua conversa fiada”, declarou Benjamin Netanyahu, no sábado, numa declaração publicada na rede social X.

O primeiro-ministro afirmou ainda que “Israel está a travar uma guerra justa com meios justos” e que “após as atrocidades de 07 de outubro [de 2023]”, a liderança israelita “definiu a Guerra da Redenção como uma guerra entre a civilização e a barbárie”.

Netanyahu concluiu reiterando que “Israel vencerá esta guerra justa com meios justos”.

“Retratar a agressão contínua em Gaza como uma defesa da ‘civilização’ ecoa a retórica de regimes ao longo da história que usaram narrativas falsas para justificar crimes contra civis inocentes”, lamentou Majed al-Ansari.

“Nada menos de 138 reféns foram libertados através das chamadas operações militares ‘justas’ ou pela mesma mediação que está agora a ser injustamente criticada e minada?”, questionou o porta-voz da diplomacia do Qatar.

Fontes israelitas afirmaram recentemente que o Qatar está a pressionar o Hamas para que não aceite a proposta apresentada pelo Egito (outro dos mediadores das negociações), alegando que poderia obter melhores condições. No entanto, o Qatar negou estas informações.

A Faixa de Gaza é alvo de uma ofensiva israelita desde o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas contra Israel de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Das 251 pessoas raptadas nesse dia, 58 continuam retidas em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo exército israelita. O Hamas também retém o corpo de um soldado israelita morto numa guerra anterior em Gaza, em 2014.

A retaliação israelita provocou mais de 52.400 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do território governado desde 2007 pelo Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

Em 18 de março, as autoridades israelitas romperam um cessar-fogo acordado em janeiro com o Hamas. Desde então, os bombardeamentos causaram pelo menos 2.326 mortos e 6.050 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Antes de romper unilateralmente a trégua, Israel já tinha imposto, a 02 de março, um bloqueio à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que permanece em vigor.

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By Impala News / Lusa

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