Puigdemont pode declarar independência hoje no parlamento regional catalão

O presidente regional da Catalunha tem previsto hoje comparecer no parlamento catalão, numa sessão para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão, mas que poderá resultar na declaração formal e unilateral de independência.

Puigdemont pode declarar independência hoje no parlamento regional catalão

O presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, tem previsto hoje comparecer no parlamento catalão, numa sessão que servirá, oficialmente, para analisar os resultados e efeitos do referendo catalão, mas que poderá resultar na declaração formal e unilateral de independência.

O chefe da Generalitat (governo regional da Catalunha) tem agendada a presença a partir das 18:00 (menos uma hora em Lisboa) no parlamento regional, numa sessão plenária tem como ponto único na ordem de trabalhos a análise da situação política na região na sequência do referendo pela independência de 01 de outubro – que o Tribunal Constitucional considerou ilegal.

Ainda que não conste da ordem de trabalhos, Puigdemont poderá declarar unilateralmente a independência da Catalunha, tal como consta nos prazos inscritos na lei do referendo, também ela considerada ilegal pela justiça espanhola.

A coligação que apoia o governo catalão, a Junts pel Sí (JxSí, formada por independentistas de centro e a ERC, republicanos de esquerda) escusou-se a revelar o conteúdo da declaração que Puigdemont tem previsto fazer.

O presidente regional afirmou nos últimos dias que iria declarar a independência em breve, mas nunca disse quando. Já a CUP (esquerda radical), que apoia a coligação governamental regional, afirmou que esta sessão servirá precisamente para declarar uma Catalunha independente.

Inicialmente os grupos parlamentares independentistas da Catalunha tinham marcado o plenário para segunda-feira, mas o Tribunal Constitucional espanhol suspendeu a sessão.

Já a antecipar uma declaração unilateral de independência, a associação pró-independência Assemblea Nacional Catalana (ANC) apelou a uma grande concentração de cidadãos perto do parlamento regional à hora do plenário.

Sob o lema “Avancemos ao lado das nossas instituições! Sim, olá República”, a ANC pediu aos cidadãos catalães que encham o Passeio Lluís Companys – que desemboca na porta do Parque da Ciutadella, em Barcelona, onde fica o parlamento regional – e o Passeig dels Til·lers – já dentro do parque, e perto da assembleia.

As autoridades já instalaram um perímetro de segurança na zona — com uma vedação tripla — para proteger os deputados regionais.

Face a este cenário, o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, reiterou que o executivo em Madrid “fará tudo o que for preciso”, com “mão firme e sem complexos” para impedir a independência da Catalunha.

O governo espanhol pode responder de várias formas a uma eventual declaração de independência hoje, entre as quais ativar o artigo 155.º, a “bomba atómica” da Constituição espanhola, nunca usada desde que foi escrita e aprovada em 1978.

Este artigo permite a suspensão de uma autonomia e dá ao governo central poderes para adotar “as medidas necessárias” para repor a legalidade.

O governo espanhol considera que Puigdemont e outros políticos catalães poderão estar a incorrer em dois delitos tipificados no código penal espanhol, sedição e rebeldia, pelo que pode ordenar as suas detenções antes (caso exista a ameaça de vir a declarar a independência) ou depois de a anunciar (tal como aconteceu na Catalunha com Lluís Companys, em 1934).

Rajoy também pode aplicar a Lei de Segurança Nacional ou tentar juntar apoios no Congresso dos Deputados para apoiar a declaração do Estado de Emergência ou o Estado de Sítio na Catalunha.

Na Catalunha estão já milhares de efetivos da Polícia Nacional espanhola e da Guarda Civil, que foram chamados a agir face à passividade da polícia regional catalã, os Mossos d’Esquadra, no dia do referendo. Os Mossos dependem diretamente da Generalitat e, a 01 de outubro, recusaram agir em cumprimento de uma ordem judicial para impedir a abertura dos locais de votação.

 

Clique nas imagens e leia mais artigos em destaque

Sofia Ribeiro chora morte do pai, vítima de cancro nos pulmões
Sofia Ribeiro chora morte do pai, vítima de cancro nos pulmões
Alerta da comunidade científica: Unhas de gel podem provocar cancro de pele
Alerta da comunidade científica: Unhas de gel podem provocar cancro de pele
Fátima Lopes tem nova paixão
O utensílio de cozinha que separa pobres e ricos

Impala Instagram


RELACIONADOS