Preso por alta traição cientista de armamento hipersónico russo

Vladislav Galkin, um cientista da Universidade Politécnica de Tomsk, na Sibéria, especializado num ramo indiretamente ligado ao armamento hipersónico, foi preso por alta traição, informa o portal T-invariant.

Preso por alta traição cientista de armamento hipersónico russo

Galkin foi detido pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB) e preso por ordem de um tribunal de Novosibirsk, a principal cidade da Sibéria, ao abrigo do artigo 275 do Código Penal.

O homem detido é coautor de vários artigos com Valeri Zveguintsev, diretor do Instituto de Mecânica Teórica e Aplicada de Novosibirsk, que também foi detido sob a mesma acusação em abril de 2023.

O portal T-invariant, que denuncia uma campanha contra todos os cientistas que trabalham em questões hipersónicas, afirma que estes cientistas, na sua maioria idosos, são “presas fáceis” para o FSB, uma vez que oferecem pouca resistência durante a investigação.

“Não há dúvida de que todos estes casos estão relacionados com a hipersónica (…) (O Presidente Vladimir) Putin ordenou há vários anos que se protegessem as tecnologias russas mais avançadas da hipersónica. E os chekistas puseram-na em prática”, afirma Ivan Pavlov, diretor da organização de defesa dos direitos humanos Piervi Otdel (Primeiro Departamento).

Os resultados da sua investigação foram utilizados no desenvolvimento dos mísseis hipersónicos Kinzhal, Sarmat, Avangard e Tsirkon, que, segundo Putin, são capazes de escapar ao escudo de defesa antimíssil dos EUA.

No total, foram detidas 16 pessoas no departamento siberiano da Academia das Ciências da Rússia, conhecido pelos seus especialistas em física e matemática.

Um destes, Dmitry Kolker, de 54 anos, especialista em ótica quântica, morreu sob custódia em Moscovo, pouco depois de ter sido detido por agentes do FSB, por sofrer de cancro em fase terminal.

O Kremlin declarou que as acusações contra os cientistas siberianos eram “muito graves”, depois de ter recebido uma carta aberta em que os seus colegas denunciavam a perseguição da comunidade científica.

“Cada um deles é conhecido por nós como patriotas e pessoas honestas, incapazes de cometer aquilo de que são suspeitos pelos órgãos de investigação”, dizia a carta.

A caça às bruxas lançada pelas forças de segurança entre a comunidade científica russa para evitar o vazamento de segredos de Estado intensificou-se com a revelação do novo armamento hipersónico da Rússia em 2018, mas disparou com o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022.

MC // EA

By Impala News / Lusa

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